domingo, 20 de setembro de 2020

Paulo Isidoro, um meio-campista competitivo

Até meados da década de 90, meias e atacantes do futebol brasileiro arrumavam confusões com treinadores que recomendavam que ajudassem na marcação. Quem mostrava-se diferente da maioria foi o então ponta-de-lança Paulo Isidoro, mineiro que completou 67 anos de idade em agosto passado. Como driblador e condutor de bola nos dez primeiros anos de carreira, o histórico dele foi de 98 gols em 398 jogos. Apesar disso, mostrava espírito competitivo para combater adversário e desarmá-lo.

Por isso se adaptou à função de volante no Guarani a partir de 1987, num meio de campo que contava ainda com Barbieri e Neto, e perdeu a disputa da final do Paulistão de 1988 para o Corinthians. Depois passou por XV de Jaú, Cruzeiro, Inter de Limeira (SP) e Valeriodoce (MG). E foi na função de volante que encerrou a carreira aos 43 anos de idade, atuando em clubes do Norte e Nordeste.

Com carreira iniciada no Atlético Mineiro em 1974, participou do time que perdeu o título do Campeonato Brasileiro de 1977 para o São Paulo, na definição através dos pênaltis, e que contava com essa formação: João Leite; Alves, Márcio, Vantuir e Valdemir (Romero); Toninho Cerezo, Ângelo e Paulo Isidoro; Marinho (Serginho), Marcelo (Caio) e Ziza.

A regularidade encurtou-lhe o caminho à Seleção Brasileira, nos preparativos à Copa do Mundo de 1978, na Argentina. No Mundialito de 1981, quando o Uruguai - que sediou a competição - venceu o Brasil por 2 a 1 e conquistou o título, o técnico Telê Santana também apostou as fichas nele na final, num time que tinha João Leite; Edevaldo, Oscar, Luizinho e Júnior; Batista, Cerezo e Paulo Isidoro; Tita (Serginho Chulapa), Sócrates e Zé Sérgio (Éder). E na Copa de 1982, na Espanha, foi o 12º jogador, pois entrou em quase todas as partidas.

Em 1980 o Atlético (MG) o trocou pelo ponteiro-esquerdo Éder, do Grêmio, mas quatro depois, já no Santos, conquistou o título paulista, num time comandado pelo saudoso treinador Carlos Castilho. À época também era identificado pelo apelido de Tiziu, ganhado na infância, referência a um passarinho negro comum em todo país.

Sabedoria para empregar o dinheiro ganhado no futebol permitiu que fosse colecionador de sete veículos Mercedes Benz guardados em sua fazenda, em Belo Horizonte. Lá também fez investimentos em gado e criação de peixes.

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