O
15 de fevereiro passado marcou o décimo ano da morte do
ponta-de-lança Washington Luiz de Paula, em decorrência de
complicação renal, aos 57 anos de idade. Revelado pelo Guarani nos
anos 70, no ápice da carreira ele integrou a seleção brasileira
juvenil no Torneio de Cannes, na França, e disputou a Olimpíada de
Munique em 1972.
No
mesmo ano o então treinador Zagallo o convocou à Seleção
Brasileira principal à Copa da Independência disputada no país,
ocasião em que se quebrou uma escrita: pela primeira vez um jogador
do interior do Brasil foi chamado para o selecionado, sem que o
Guarani reajustasse o salário dele, que continuou nos padrões do
clube.
À
época, tímido, apenas sorria quando a mídia o projetava como
sucessor de Pelé, fascinada pela gingada fantástica e por balançar
o tronco magrelo de um lado e sair com a bola no sentido oposto. A
matada no peito era elegante e objetiva, para sequência da jogada.
Embora pegasse bem na bola, privilegiava arremates em distância
quase nunca superior ao limite da grande área adversária.
Ele
preferia assistências ao companheiro de ataque a finalizações,
ignorando a importância de se pontuar entre os artilheiros. Claro
que tinha deficiências, uma delas o mísero aproveitamento no
cabeceio. Também não se habilitava às cobranças de faltas e
pênaltis.
Em
1974 o Corinthians o contratou por empréstimo. Na discussão de
contrato, o saudoso presidente Vicente Matheus o recebeu em sua casa,
mas aplicou-lhe 'chá de banco'. Washington teve de esperá-lo após
sessões de sauna e massagem para recepcioná-lo, e, orientado pelo
supervisor do Guarani Dorival Geraldo dos Santos, até que assinou
contrato razoável. Já em campo, com a camisa do Timão, jamais
justificou o investimento e foi devolvido.
Quando
da transferência, passou procuração a uma imobiliária de Campinas
para que administrasse o seu apartamento em um conjunto habitacional
na periferia, e acabou ludibriado. Ao voltar à cidade, anos depois,
em busca dos valores dos aluguéis acumulado durante o período,
constatou que nada havia sido repassado, e nem por isso denunciou os
culpados à polícia.
Ele
ainda jogou no Vitória (BA), Goiás, Inter (RS), Ferroviária (SP),
Noroeste, Rio Branco (MG) e Marcílio Dias (SC). Já no ostracismo,
foi coordenador de futebol da Associação Luso-Brasileira de Bauru.
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