Mistérios
da vida levam pessoas do píncaro da glória ao sofrimento. Edson
Arantes do Nascimento, o Pelé, melhor jogador de futebol de todos os
tempo, afagado por multidões, atravessa praticamente um década com
problemas de saúde, e chega aos 79 anos de idade, neste 23 de
outubro, com dificuldade de locomoção, recorrendo ao andador em
curto percurso e cadeira de rodas para distâncias maiores.
Cirurgia
malsucedida no quadril em 2012 originou acusação de Pelé contra a
equipe médica. Depois foi diagnosticado com cálculo renal,
cirurgias de próstata e da coluna, até que em abril passado, ainda
em Paris (FRA), uma infecção urinária provocou internação, com
complemento do tratamento no Hospital Albert Einsten.
Desalinhamento
em família se sucederam em três casamentos, prisão do filho Edinho
- condenado por lavagem de dinheiro e associação ao tráfico de
drogas -, e reconhecimento de paternidade da filha Sandra Regina
apenas na Justiça, após exame de DNA. E sequer atendeu ao pedido
dela para visita, quando o câncer atingiu estágio avançado. Ela,
ainda no mandato de deputada estadual, morreu em 2006.
O
Pelé da glória foi protagonista do primeiro título mundial da
Seleção Brasileira em 1958, quando sequer havia completado 18 anos
de idade. Por tê-lo no elenco, o Santos lucrou com altas cotas
financeiras em excursões no exterior na década de 60, quando ele fez dupla de área com
Coutinho e posteriormente Toninho Guerreiro nos anos 60, período da
conquista do bicampeonato mundial de clubes.
Após
sagrar-se tricampeão do mundo no México, em 1970, surpreendeu com a
decisão de não disputar a Copa de 1974, quando ainda encantava como
cabeceador, dribles, arrancadas, e capacidade ímpar para enfrentar
goleiros. Depois decidiu encerrar a carreira em jogo contra a Ponte
Preta, no Estádio da Vila Belmiro. No entanto, seduzido por proposta
tentadora do incipiente futebol dos Estados Unidos, voltou a jogar. E
isso se estendeu por quatro anos.
Ao
sair definitivamente de cena, Pelé atingiu a insuperável marca de
1282 gols, foi transformado em garoto propaganda de conceituadas
empresas, e ministro dos Esportes em pasta criada pelo então
presidente Fernando Henrique Cardoso. Na ocasião, ao denunciar
regime de escravatura no futebol, foi incentivador da criação da
Lei Pelé, que, segundo ele, representaria a 'carta de alforria' a
jogador de futebol.
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