Futebol é feito de casos e ‘causos’. Contam
mil anedotas que muitas vezes passam por verdade. Todavia, havia boleiro articulador de fuga quase imperceptível de concentração.
Contou o saudoso treinador Zé Duarte que o também finado meia Jorge Mendonça
solicitava de camareira de hotel mais um cobertor, a fim de dobrá-lo, de forma
que se assemelhasse com pessoa dormindo com a cabeça coberta.
Manhoso em rondas noturnas nos quartos, o
treinador deu o flagrante em tempo de recolher o atleta ao devido lugar, e
assim evitar a escapada noturna, uma tática manjada décadas passadas quando
boleiro fugia da concentração para se deliciar na farra noturna.
Sabe-se lá por quais motivos o então zagueiro
Válber fugiu da concentração da Seleção Brasileira em 1993, ano em que havia
estreado na equipe, na goleada por 5 a 0 sobre o México. Mesmo ano em que havia
comemorado o bicampeonato da Libertadores e Mundial de Clubes com a camisa do
São Paulo.
Além da vocação para o desarme sem recorrer às
faltas, Válber foi um zagueiro clássico e abusado ao driblar adversários dentro
de sua própria área. E ao sair com a bola limpa de trás ajudava na organização
de contra-ataques em velocidade, nos tempos que formou dupla de zaga com
Ronaldão.
Foi mestre Telê Santana - já falecido - quem
corajosamente fixou Válber na zaga, num tempo em que já se exigia jogador alto na posição, contrapondo com esse carioca de 1,76m de altura, mesma
estatura de Richarlyson - que atuou na posição - e um a menos que Luizinho do
Atlético Mineiro e o paraguaio Gamarra.
Embora disciplinador, Telê relevava frequentes
sumiços de Várber em treinos, com frequentes desculpas esfarrapadas de pneus
furados e mortes de avós. Afinal, a mentirada data do início de carreira no
Botafogo (RJ), e se estendeu nos demais clubes cariocas, com dispensa do Vasco
em 2000.
Válber Roel de Oliveira, nascido em maio de
1967, parou de jogar no América (RJ), mas ainda participa de ‘peladas’. Ele
torrou a maior parte daquilo que ganhou na carreira, e ainda tenta se firmar
como treinador.