Nos 50 anos
de idade completados em janeiro passado, o ex-volante Mauro Silva tem três
histórias distintas pra contar sobre Seleção Brasileira: primeiro a
participação como titular absoluto do tetracampeonato mundial em 1994. Depois
quando ousou recusar nova convocação em 2001. E, por fim, ao aceitar convite da
CBF para integrar a comissão técnica do treinador Dunga.
Mauro Silva sempre se pautou por posições
incisivas. Quando esbanjava invejável forma física, aos 37 anos de idade,
decidiu encerrar a carreira no La Coruña da Espanha, em 2005. Incontinenti, foi
em vão o assédio do São Paulo para que adiasse o encerramento. "A imagem
que ficou para o torcedor brasileiro é a do Mauro Silva campeão do mundo, em
plena forma. Não quis correr o risco de arranhar essa imagem", justificou
à época.
Nascido em São Bernardo do Campo (SP), o
início da carreira foi na base do Guarani, apelidado de Mauro Getulião, por
causa da semelhança à grande cabeça do lateral-direito Getúlio, maldosamente
identificado com GG da cara grande, nos tempos de São Paulo. Depois simplificaram
o apelido para Tulião, considerado mais sorono. Isso até que o saudoso treinador
dos juniores do Guarani, Pupo Gimenez, pedisse à imprensa que identificasse o
atleta pelo nome de registro.
A profissionalização em 1986 não indicou que
se firmasse como titular do Guarani, e ainda sofreu lesões que o rotularam de
jogador ‘bichado’. Assim, em 1990 teve o passe negociado por Cr$ 100 mil ao
Bragantino, uma bagatela projetando-se atualização para a moeda corrente no
Brasil.
Pois no ‘Massa Bruta’ surgiu um Mauro Silva
então desconhecido dos tempos de Guarani: exato tempo de bola para antecipação
de jogadas, capacidade para desarme e acerto na maioria dos passes. Com aquela
eficiência contribuiu ao vice-campeão brasileiro da equipe em 1991, ano em que
o então treinador da Seleção Brasileira, Paulo Roberto Falcão, o convocou pela
primeira vez. E isso abriu caminho para que se transferisse ao La Coruña.
Mauro Silva mora em São Paulo e trabalha no
ramo imobiliário. Em janeiro ele completou 50 anos de idade. Já em abril foi
homenageado pela cidade de La Coruña, tendo rua batizada com o seu nome. Foi reconhecimento
por ter sido o segundo jogador com maior número de partidas da história do
clube: 471.
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