segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Mauro Silva, tetracampeão que recusou nova convocação


Nos 50 anos de idade completados em janeiro passado, o ex-volante Mauro Silva tem três histórias distintas pra contar sobre Seleção Brasileira: primeiro a participação como titular absoluto do tetracampeonato mundial em 1994. Depois quando ousou recusar nova convocação em 2001. E, por fim, ao aceitar convite da CBF para integrar a comissão técnica do treinador Dunga.

 Mauro Silva sempre se pautou por posições incisivas. Quando esbanjava invejável forma física, aos 37 anos de idade, decidiu encerrar a carreira no La Coruña da Espanha, em 2005. Incontinenti, foi em vão o assédio do São Paulo para que adiasse o encerramento. "A imagem que ficou para o torcedor brasileiro é a do Mauro Silva campeão do mundo, em plena forma. Não quis correr o risco de arranhar essa imagem", justificou à época.

 Nascido em São Bernardo do Campo (SP), o início da carreira foi na base do Guarani, apelidado de Mauro Getulião, por causa da semelhança à grande cabeça do lateral-direito Getúlio, maldosamente identificado com GG da cara grande, nos tempos de São Paulo. Depois simplificaram o apelido para Tulião, considerado mais sorono. Isso até que o saudoso treinador dos juniores do Guarani, Pupo Gimenez, pedisse à imprensa que identificasse o atleta pelo nome de registro.

 A profissionalização em 1986 não indicou que se firmasse como titular do Guarani, e ainda sofreu lesões que o rotularam de jogador ‘bichado’. Assim, em 1990 teve o passe negociado por Cr$ 100 mil ao Bragantino, uma bagatela projetando-se atualização para a moeda corrente no Brasil.

 Pois no ‘Massa Bruta’ surgiu um Mauro Silva então desconhecido dos tempos de Guarani: exato tempo de bola para antecipação de jogadas, capacidade para desarme e acerto na maioria dos passes. Com aquela eficiência contribuiu ao vice-campeão brasileiro da equipe em 1991, ano em que o então treinador da Seleção Brasileira, Paulo Roberto Falcão, o convocou pela primeira vez. E isso abriu caminho para que se transferisse ao La Coruña.

 Mauro Silva mora em São Paulo e trabalha no ramo imobiliário. Em janeiro ele completou 50 anos de idade. Já em abril foi homenageado pela cidade de La Coruña, tendo rua batizada com o seu nome. Foi reconhecimento por ter sido o segundo jogador com maior número de partidas da história do clube: 471.

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