segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Tostão II fez sucesso no Cruzeiro e Coritiba



Outrora, pessoas exageravam ao caracterizar semelhança de estilos de jogadores revelados com ídolos do passado. Insere-se nesse contexto Luís Antônio Fernandes, 59 anos de idade, natural de Santos, ponta-de-lança comparado erroneamente ao lendário cruzeirense Tostão, advindo, portanto, o mesmo apelido.

 Como o Tostão mineiro havia abandonado o futebol em meados da década de 70, não havia inconveniente chamar o garotão revelado pelo Peixe pelo mesmo apelido. Todavia ele não se firmou no clube e foi repassado ao Catanduvense, Goiás e Mixto de Cuiabá em 1980, despertando interesse do Cruzeiro dois anos depois.

 Dribles em progressão, visão de jogo e facilidade para enfrentar goleiros rendeu-lhe artilharia em dois anos consecutivos no Campeonato Mineiro. Por isso não se explica a transferência ao Coritiba, onde continuou com rendimento aceitável, com declínio na sequência em Atlético Paranaense, Inter de Limeira, XV de Piracicaba, Caldense, Inter de Lages, Rio Branco e Foz do Iguaçu.

 No Coritiba não faltam histórias singulares. O saudoso treinador Urubatão Calvo Nunes proibia atleta de tomar banho antes das partidas, com argumento que atrapalhava o aquecimento. Paradoxalmente, nas primeiras nove partidas na competição regional, o clube perdeu cinco.

 Diferente foi a terapia de grupo do treinador Valdir Espinosa: “Ele botou todo mundo em volta de uma mesa, mandou servir cerveja e perguntou o que estava havendo. Dissemos que estávamos estourados pelo excesso de exercícios físicos, e o ritmo dos treinos físicos diminuiu”, contou.

 No clima de guerra preparado pelo Guarani, na final do Campeonato Brasileiro da Série B de 1991, em Campinas, Tostou relatou que o ônibus do Coritiba foi parado uns 200m do Estádio Brinco de Ouro. “Enfrentamos pressão de seguranças e tivemos que arrombar a porta do vestiário. Lá dentro havia um cheiro insuportável de formol, e nos vestimos perto do túnel. Quando iríamos subir ao gramado, nos deparamos com grade fechada e tivemos que arrombá-la”.

 O Guarani vencia por 1 a 0 quando a arbitragem de José Roberto Wright foi contestada, ao anular gol considerado legítimo do atacante Chicão. Se confirmado, o Coritiba se beneficiaria do empate. Na definição através de cobranças de pênaltis, o Guarani venceu e garantiu acesso ao Brasileirão.

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