segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Dez anos sem o zagueiro Moisés


 O pensador Antonio Gomes Lacerda citou que ‘na estrada da vida uns passam deixando saudade; outros, alívio. Pois o saudoso zagueiro Moisés Matias de Andrade deixou saudade aos familiares, porém esquecimento do mundo esportivo quando dos dez anos da morte dele dia 26 de agosto passado.

 A causa da morte, aos 59 anos de idade, foi câncer no pulmão. Nem por isso houve detalhamento se a doença foi decorrente do tabagismo, embora haja registro de que em 90% dos casos as vítimas sejam fumantes. Por sinal, 29 de agosto é o ‘Dia Nacional de Combate ao Fumo’, sem que se registrassem campanhas propagando os malefícios do cigarro.

 Carioca de Rezende, Moisés justificava o apelido de xerife: viril e às vezes violento. Descia o ‘sarrafo’, e raramente era expulso. Ao matar a jogada no nascedouro, atingia meio gomo da bola e tornozelo do adversário. E para ludibriar a arbitragem, o grito era ‘fui na bola’, convencendo condescendentes árbitros a aplicarem cartão amarelo, na maioria das vezes. 
“Zagueiro que se preza não pode ganhar o Belfort Duarte”, referia-se ao prêmio instituído pelo Conselho Nacional de Desportos em 1945, e entregue a atleta que passava dez anos sem ser expulso de campo.

 Nas passagens por Bonsucesso, Vasco, Corinthians, Fluminense, Flamengo, Bangu, Paris Saint-Germain, Belenense, Atlético (MG) e América (RJ) preponderava-se no jogo aéreo. No Timão, de 1976 a 1978, participou da quebra de jejum de títulos de 22 anos em 1977, na final contra a Ponte Preta, neste time: Tobias; Zé Maria, Moisés, Ademir Gonçalves e Wladimir; Ruço, Luciano e Basílio; Vaguinho, Geraldão e Romeu.

 No Vasco, foi campeão brasileiro em 1974. Um ano antes atuou pela Seleção Brasileira no dia 21 de junho contra a União Soviética. E como treinador, a única passagem destacada foi no Bangu em 1985: vice-campeão brasileiro, perdendo a decisão para o Coritiba, nos pênaltis.

 Ele chegou a trabalhar nos Emirados Árabes, mas nos últimos anos de vida preferiu curtir caça submarina e participação mais ativa no Carnaval, ao criar o ‘Bloco dos Piranhas’, com jogadores desfilando vestidos de mulheres pelas ruas da zona norte do Rio de Janeiro.

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