domingo, 27 de maio de 2018

De Sordi fica fora da foto


 Vésperas de Copa do Mundo, cabem recapitulação de histórias de brasileiros que lá estiveram. Nilson de Sordi, falecido em 24 de agosto de 2013, aos 82 anos de idade, foi titular da lateral-direita do selecionado de 1958 até a partida final contra a Suécia.

 Diz a lenda que ele teria amarelado e simulado lesão muscular, acusação que o deixava irritado e por isso a rechaçava: “Levei em conta a temeridade de entrar em campo machucado. Na época, a Fifa não permitia substituição. Caso arriscasse, podia prejudicar o time”, explicou.

 Ao ficar de fora do time e da foto oficial do título mundial brasileiro, possibilitou que o substituto Djalma Santos tivesse atuação exuberante contra a Suécia, em Estocolmo, na goleada brasileira por 5 a 2, que resultou no rótulo de melhor jogador da posição daquele Mundial. Também terminava ali a trajetória de De Sordi na Seleção, com 25 jogos.

 Restava, portanto, seguir a trajetória no São Paulo, iniciada em 1952, ao deixar o XV de Piracicaba (SP), aos 18 anos de idade. No tricolor ele ficou até 1965, onde comemorou títulos do Paulistão de 1953 e 1957, o último após vitória por 3 a 1 sobre o Corinthians, num time formado por Poy; De Sordi e Mauro; Sarará, Vitor e Ribeiro; Maurinho, Amauri, Gino, Zizinho e Canhoteiro.

 Na época, o treinador era o húngaro Bela Gutman, que fixou estacas de madeiras no gramado e pediu aos jogadores que acertassem a bola em cada uma delas, com chutes de 20m de distância. Como bom provocador, Gutman acertou todos os alvos.

 De Sordi sobressaía-se na marcação. Pouco se atrevia passar do meio de campo. Com vigor físico invejável, ganhava a maioria dos duelos de ponteiros, e ainda fazia coberturas no miolo de zaga. Apesar da estatura mediana - 1,71m de altura -, explorava a boa impulsão para rebater bolas de cabeça.

 O piracicabano, que parou de jogar em 1966 no União Bandeirantes - interior do Paraná -, havia se acomodado na cidade, no sossego da família em sua fazenda. Todavia, por influência de dois filhos agrônomos, foi convencido a mudar para João Pessoa, capital da Paraíba, e citou ter ouvido lá incontáveis histórias de pescadores, que exercem uma das principais atividades econômicas naquela cidade.

 Foi quando, vitimado pelo Mal de Parkinson, teve dificuldade na fala até morrer de falência múltiplas dos órgãos.

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