Vésperas de Copa do Mundo, cabem recapitulação
de histórias de brasileiros que lá estiveram. Nilson de Sordi, falecido em 24
de agosto de 2013, aos 82 anos de idade, foi titular da lateral-direita do
selecionado de 1958 até a partida final contra a Suécia.
Diz a lenda que ele teria amarelado e simulado
lesão muscular, acusação que o deixava irritado e por isso a rechaçava: “Levei
em conta a temeridade de entrar em campo machucado. Na época, a Fifa não
permitia substituição. Caso arriscasse, podia prejudicar o time”, explicou.
Ao ficar de fora do time e da foto oficial do
título mundial brasileiro, possibilitou que o substituto Djalma Santos tivesse
atuação exuberante contra a Suécia, em Estocolmo, na goleada brasileira por 5 a
2, que resultou no rótulo de melhor jogador da posição daquele Mundial. Também
terminava ali a trajetória de De Sordi na Seleção, com 25 jogos.
Restava, portanto, seguir a trajetória no São
Paulo, iniciada em 1952, ao deixar o XV de Piracicaba (SP), aos 18 anos de
idade. No tricolor ele ficou até 1965, onde comemorou títulos do Paulistão de
1953 e 1957, o último após vitória por 3 a 1 sobre o Corinthians, num time
formado por Poy; De Sordi e Mauro; Sarará, Vitor e Ribeiro; Maurinho, Amauri,
Gino, Zizinho e Canhoteiro.
Na época, o treinador era o húngaro Bela
Gutman, que fixou estacas de madeiras no gramado e pediu aos jogadores que
acertassem a bola em cada uma delas, com chutes de 20m de distância. Como bom
provocador, Gutman acertou todos os alvos.
De Sordi sobressaía-se na marcação. Pouco se
atrevia passar do meio de campo. Com vigor físico invejável, ganhava a maioria
dos duelos de ponteiros, e ainda fazia coberturas no miolo de zaga. Apesar da
estatura mediana - 1,71m de altura -, explorava a boa impulsão para rebater
bolas de cabeça.
O piracicabano, que parou de jogar em 1966 no
União Bandeirantes - interior do Paraná -, havia se acomodado na cidade, no
sossego da família em sua fazenda. Todavia, por influência de dois filhos
agrônomos, foi convencido a mudar para João Pessoa, capital da Paraíba, e citou
ter ouvido lá incontáveis histórias de pescadores, que exercem uma das
principais atividades econômicas naquela cidade.
Foi quando, vitimado pelo Mal de Parkinson,
teve dificuldade na fala até morrer de falência múltiplas dos órgãos.
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