Reflexo, agilidade, 1,95m de altura, frieza
debaixo e ao lado das traves e pegador de pênaltis renderam ao goleiro Dida
onze anos na Seleção Brasileira principal, com participação em 91 partidas. Sua
trajetória, iniciada no Nordeste do país, foi embalada no Cruzeiro,
Corinthians, com ápice no Milan da Itália, ao contrariar desconfiança do
mercado europeu sobre goleiros brasileiros, na primeira década deste século, quando
foi considerado um dos melhores da posição, no planeta.
Na primeira Copa do Mundo, em 1998, foi o
terceiro goleiro, atrás de Taffarel e Carlos Germano. No penta de 2002, acabou
reserva imediato de Marcos. Quatro anos depois foi titular absoluto na
Alemanha, quando sofreu apenas dois gols em cinco partidas. Na seleção
olímpica, ganhou a medalha de bronze em 1996.
Nelson de Jesus da Silva, apelidado na
infância de Dida, é baiano de Irará, e já completou 45 anos de idade. Aos 17
anos já estava na base do ASA. Posteriormente ganhou notoriedade no Vitória e
Cruzeiro.
O Milan o contratou em 1999, mas o repassou
inicialmente ao Lugano da Suíça e depois ao Corinthians, quando ficou marcado após
defender dois pênaltis cobrados pelo são-paulino Raí, situação que encaminhou o
time ao título do Campeonato Brasileiro. Também foi partícipe da equipe na conquista
do Mundial de Clubes da Fifa em 2000.
Depois anos depois começou a marcante
trajetória no Milan, com mais de 300 partidas. E mesmo desligado do clube na
virada da década, foi homenageado no hall da fama em 2014.
No regresso ao Brasil, ficou longo período inativo,
só reforçando a Portuguesa em 2012. Depois passou pelo Grêmio, inicialmente
para ser o reserva de Marcelo Grohe. Todavia, Vanderlei Luxemburgo, treinador à
época, o escolheu como titular à disputa da Libertadores de 2013. A temporada
seguinte foi de curta permanência no rival Internacional, quando tornou-se o
primeiro goleiro afro-brasileiro a jogar no clube em 43 anos.
A opção pelo retorno ao Vitória foi com intenção de lá encerrar a carreira em 2015, aos 42 anos de idade, ao recordar o início com título estadual em 1992, e, na temporada seguinte, ser um dos destaques do vice-campeonato do Campeonato Brasileiro, com derrota para o Palmeiras na final. Dida também participou do movimento denominado Bom Senso.