Se um treinador optar pela improvisação de um
subordinado em outra posição, muito provavelmente a resposta será ‘sim senhor’.
E para se resguardar, o dito cujo antecipará justificativa à imprensa que está
colaborando, que é um jogador de grupo, etc., etc.
Que tal uma viagem no tempo e constatar o
contraste. Em 1978 o então centroavante Paulinho Massariol, artilheiro daquele
Campeonato Brasileiro com 19 gols pelo Vasco, acabou adaptado à ponta-esquerda com
o retorno do intocável centroavante Roberto Dinamite, que havia participado da
Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Argentina.
Pois Paulinho usou de franqueza no diálogo com
o saudoso treinador Carlos Froner, ao recusar improvisação. “Prefiro ficar no
banco aguardando a minha vez. Jogando fora de minha posição sei que estou
prejudicando a minha carreira, pois não rendo nem 50% de meu futebol. Um
ponta-esquerda precisa ir à linha de fundo e essa não é a minha especialidade”.
Antes da trajetória em Palmeiras e Grêmio,
Paulinho passou o segundo semestre de 1980 pela Ponte Preta, quando inicialmente
não conseguiu se firmar como titular sob o comando do saudoso treinador Zé
Duarte, mas posteriormente acabou efetivado quando Jair Picerni saiu do comando
dos juniores para ser efetivado no profissional. E ficou no lucro ao marcar
dois gols na goleada por 3 a 0 sobre o Guarani.
Paulinho não era centroavante rápido, mas
sabia proteger a bola de adversários. Aí girava e arriscava finalização de
média e longa distância. Explorava o chute forte e pontaria aceitável para fazer
seus golzinhos.
Natural de Piracicaba, interior de São Paulo,
ele seguiu os passos do saudoso pai Idiarte Massariol ao vestir a camisa do XV
local. O diferencial é que na passagem de três anos de Paulinho, a partir de
1974, foi cobiçado por grandes clubes brasileiros, enquanto Idiarte entrou para
a história dos quinzistas como recordistas em partidas: 539, com ênfase nas
conquistas do bicampeonato do interior, em 1947 e 1948, e do Torneio Início de
1949.
Paulo Luiz Massariol, que em abril próximo vai
completar 60 anos de idade, radicado em Piracicaba, cuida de sua escolinha de
futebol, após tentativa de ingresso na função de treinador. Consta no currículo
dele volta ao XV no biênio 1986/87, após experiência no futebol mexicano no
Estudiantes Tecos. O encerramento da carreira ocorreu no Vila Nova (GO) em 1989.