Quando o ídolo morre faz-se tremendo estardalhaço.
Anos depois ele cai no esquecimento, e o caso não é diferente com José Eli de
Miranda, o Zito, volante bicampeão brasileiro pela Seleção e de mundial de
clubes no Santos, onde também atuou como supervisor e diretor. Dia 14 de junho
passado foram completados dois anos da morte dele, e raríssimas referências
foram feitas.
Zito morreu em Santos aos 82 anos de idade, em
decorrência de um ACV (Acidente Vascular Cerebral). Antes de adoecer foi pecuarista
que calçava botas sete léguas e acompanhava o gado no pasto em sua fazenda de
50 alqueires em Pindamonhangaba (SP).
Quando enjoava do cheiro de mato voltava à
residência em Santos, para administrar imóveis e empresa de artefatos de
borracha, com cerca de 100 funcionários, gerenciada pelo filho Júnior.
Igualmente aproveitava a ociosidade para jogar conversa fora no Posto do Lalá,
ex-goleiro santista, reduto de boleiros do Peixe das décadas de 50 e 60.
Naquela roda, resmungava do surgimento do volante de contenção criado pelo
Fluminense em 1964, com Denílson, e copiada pela maioria.
Claro que exaltava o Santos respeitado
mundialmente e vangloriava-se do estilo raçudo para marcação e projeção com a bola
ao ataque, virtudes determinantes para ganhar a posição de Dino Sani na
terceira rodada da Copa do Mundo de 1958 na Suécia, na histórica vitória por 2
a 0 sobre a então União Soviética.
Naquele jogo o saudoso treinador Vicente Feola
também trocou o ponteiro-direito Joel por Garrincha e Dida por Pelé. Antes, no
empate sem gols com a Inglaterra, já havia optado por Vavá no lugar de Mazola,
num time que terminou a competição com Gilmar; Djalma Santos, Belini, Orlando e
Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo.
Zito surgiu no Santos na década de 50, e em
1957 já era o capitão do tipo mandão. Se preciso fosse, encararia até Pelé com
dedo em riste. Naquele ano o time era formado por Manga; Nilson e Feijó;
Ramiro, Formiga e Zito; Tite, Del Vechio, Pagão, Jair (Pelé) e Pepe. Aquela foi
sua única camisa de clube, deixada em 1968 para o sucessor Clodoaldo.
Ele participou de 50 jogos e três gols pela
Seleção Brasileira, o mais importante na virada sobre a Tchecoslováquia, na
final da Copa do Mundo de 1962, no Chile. Aos 25 minutos do segundo tempo,
Amarildo cruzou e ele, de cabeça, fez 2 a 1.
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