Nem tente buscar explicações a alguns casos no
futebol em que o atleta se destaca em um clube, sem que haja repetição do
rendimento em outro. Exemplo claro disso foi ex-volante Zé Mário Crispin, que
em grandes clubes paulistas jogou aquém do esperado.
Natural da cidade de São Paulo, nascido em
maio de 1954, vinte anos depois já havia sido profissionalizado no Palmeiras, e
até projetava-se que pudesse ser o sucessor do meia Ademir da Guia, visto que a
sua posição originária era a organização, e igualmente tinha estilo cadenciado.
Tido inicialmente como inexperiente para a
posição, foi emprestado ao Botafogo de Ribeirão Preto num período aproximado de
um ano, para ser ‘canchado’. Todavia, voltou sem que dar resposta esperada no
ninho palmeirense.
Assim, registro para outro empréstimo de quase
dois anos ao Santos, e retorno ao Verdão em 1978, com sonho que acabaria aquele
vaivém.
Ledo engano. Em 1979 novo e definitivo
desligamento do Palmeiras, ao ser contratado pela Ponte Preta. E chegou para
cobrir ausências dos meias Marco Aurélio e Dicá, e assim ocorreu na estreia dia
cinco de março de 1980, na derrota para o Santos por 2 a 1, no Estádio da Vila
Belmiro.
E assim continuou até que o saudoso treinador
Zé Duarte teve percepção que seria mais vantajoso improvisá-lo como volante, no
lugar deixado por Wanderlei Paiva - transferido ao Palmeiras -, à insistência
com o apenas raçudo Humberto. Zé Mário usava as pernas longas no desarme, tinha
o tempo adequado de bola à antecipação das jogadas, sabedoria para coberturas
pelos dois lados do campo, e mantinha elegância no trato à bola.
Com 1,79m de altura, projetava-se à área
adversária em lances de bola parada, visando o cabeceio. Logo, se encaixou bem ao
lado de Dicá e Marco Aurélio, no trio de meio de campo. Ele integrou o time
pontepretano que ficou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de 1981, com
registro de recorde de público no segundo jogo contra o Grêmio, pela semifinal,
com 85.751 pagantes no Estádio Olímpico, em Porto Alegre.
Zé Mário ficou na Ponte até o final de 1982.
Em seguida se transferiu ao São Paulo, já sem a notoriedade, tanto que acabou
emprestado à Francana e Uberlândia. E quando encerrou a carreira de atleta no
Juventus, continuou no futebol como gerente e treinador.
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