domingo, 12 de fevereiro de 2017

Zé Mário Crispim, ótimo na Ponte; razoável nos grandes paulistas



 Nem tente buscar explicações a alguns casos no futebol em que o atleta se destaca em um clube, sem que haja repetição do rendimento em outro. Exemplo claro disso foi ex-volante Zé Mário Crispin, que em grandes clubes paulistas jogou aquém do esperado.

 Natural da cidade de São Paulo, nascido em maio de 1954, vinte anos depois já havia sido profissionalizado no Palmeiras, e até projetava-se que pudesse ser o sucessor do meia Ademir da Guia, visto que a sua posição originária era a organização, e igualmente tinha estilo cadenciado.

 Tido inicialmente como inexperiente para a posição, foi emprestado ao Botafogo de Ribeirão Preto num período aproximado de um ano, para ser ‘canchado’. Todavia, voltou sem que dar resposta esperada no ninho palmeirense.

 Assim, registro para outro empréstimo de quase dois anos ao Santos, e retorno ao Verdão em 1978, com sonho que acabaria aquele vaivém.

 Ledo engano. Em 1979 novo e definitivo desligamento do Palmeiras, ao ser contratado pela Ponte Preta. E chegou para cobrir ausências dos meias Marco Aurélio e Dicá, e assim ocorreu na estreia dia cinco de março de 1980, na derrota para o Santos por 2 a 1, no Estádio da Vila Belmiro.

 E assim continuou até que o saudoso treinador Zé Duarte teve percepção que seria mais vantajoso improvisá-lo como volante, no lugar deixado por Wanderlei Paiva - transferido ao Palmeiras -, à insistência com o apenas raçudo Humberto. Zé Mário usava as pernas longas no desarme, tinha o tempo adequado de bola à antecipação das jogadas, sabedoria para coberturas pelos dois lados do campo, e mantinha elegância no trato à bola.

 Com 1,79m de altura, projetava-se à área adversária em lances de bola parada, visando o cabeceio. Logo, se encaixou bem ao lado de Dicá e Marco Aurélio, no trio de meio de campo. Ele integrou o time pontepretano que ficou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de 1981, com registro de recorde de público no segundo jogo contra o Grêmio, pela semifinal, com 85.751 pagantes no Estádio Olímpico, em Porto Alegre.

 Zé Mário ficou na Ponte até o final de 1982. Em seguida se transferiu ao São Paulo, já sem a notoriedade, tanto que acabou emprestado à Francana e Uberlândia. E quando encerrou a carreira de atleta no Juventus, continuou no futebol como gerente e treinador.

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