Há
seis anos, por ocasião da morte do talentoso zagueiro argentino
Ramos Delgado, num três de dezembro, publiquei texto sobre esse
maldito Mal de Alzheimer que varre a memória das pessoas. Agora, é
oportuno recapitulá-lo, visto que dezembro é mês de fraternidade,
retrospectiva e reflexão.
Quem
tem memória razoável vai se lembrar que o Alzheimer castigou e
originou mortes - além de Ramos Delgado - de ex-jogadores como
Waldemar Carabina e Francisco Sarno naquele 2010. Na maioria das
vezes, o drama começa com a procura de um objeto mantido no lugar
costumeiro e depois se agrava gradativamente.
O
argentino Ramos Delgado, que morreu aos 75 anos de idade, deixou
história de cinco anos na Vila Belmiro, entre as décadas de 60 e
70, como absoluto da camisa três do Santos. Também fez parte
daquela geração o vigoroso zagueiro palmeirense Waldemar Carabina,
que morreu na noite do dia 22 de agosto, aos 78 anos de idade.
Carabina gabou-se de ter anulado Pelé em algumas partidas: "Poucos
o marcaram tão bem quanto eu".
Da
turma da bola, Sarno foi a primeira vítima daquele ano com
complicações do Mal de Alzheimer. Morreu em 17 de janeiro na
capital paulista, aos 86 anos de idade, deixando biografia de
zagueiro clássico, treinador supersticioso e ousadia para escrever o
livro “A Dança do Diabo”, que revela desmandos no futebol dentro
e fora dos gramados. Como atleta passou por clubes como Botafogo
(RJ), Vasco, Palmeiras e Santos. Como treinador comandou Corinthians,
Coritiba, Atlético (PR), Guarani e Ponte Preta. No Guarani, em
meados da década de 60, tinha o hábito de carregar uma toalha
durante os jogos, e a usava para indicar o canto que o goleiro de seu
time deveria arriscar em cobranças de pênaltis para o adversário,
colocando-a na mão direita ou esquerda. E se o goleiro contrariasse
a sua instrução seria sacado do time.
Urubatão
Calvo Nunes, natural do Rio de Janeiro, não foi um jogador de
futebol acima da média nos tempos do grande Santos das décadas de
50 e 60, quer na zaga, quer no meio-de-campo. Também foi um
treinador apenas razoável e morreu no dia 24 de setembro, aos 79
anos de idade, vencido por um tumor cerebral e outro no pulmão.
Ainda
em 2010 morreu Washington Luiz de Paula, aos 57 anos de idade, em
decorrência de complicação renal. Ele foi revelado pelo Guarani e
apontado como provável sucessor de Pelé.
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