O radialista Milton Neves, do complexo de
rádio e televisão Bandeirantes-SP,
criou o bordão ‘apito amigo’ para explicitar benefícios de arbitragens ao
Corinthians. Logo, a sacada passou a ecoar por esse Brasil afora quando
claramente a ‘juizada’ ajuda o time corintiano.
A história mostra que nem sempre foi assim. O
Corinthians já teve tremendo prejuízo de arbitragem até na condição de
mandante. Reflexo de flagrantes erros do então árbitro Alfredo Gomes, há 40
anos, foi o cai-cai provocado em jogo contra o Guarani pelo Campeonato Paulista.
O Timão abandonou o gramado do Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu,
em partida disputada no dia 14 de agosto de 1976, com renda de 175.765
cruzeiros, para um público de 9.013 pagantes e 901 menores que entraram
gratuitamente.
A recapitulação desse tenebroso dado histórico
substitui, nesta edição, a descrição unitária de personagem, como de praxe.
Provavelmente seja de desconhecimento da maioria que um dia o Corinthians se
submeteu a esse vexame e foi penalizado no TJD (Tribunal de Justiça Desportiva)
da Federação Paulista de Futebol com a perda dos pontos e placar considerado
como 1 a 0 para o Guarani.
Na edição do dia posterior do finado jornal
impresso A Gazeta Esportiva, a
manchete foi ‘Timão abandona o campo’. O conteúdo daquele material,
textualmente, foi o seguinte: ‘Desculpem. Foi uma palhaçada. Complica-se ainda
mais o panorama do futebol paulista.
Alfredo Gomes - juiz que levou pedradas em
Piracicaba - não deu um penal em Tião. Depois expulsou Edson, do Guarani.
Posteriormente, mandou Zé Maria, Adilson e Ruço para fora de campo.
Imediatamente, Adãozinho e Wladimir ficaram contundidos, o Corinthians ficou
sem número legal de jogadores para continuar na partida - que faltava apenas 15
minutos para terminar -, empatada em 1 a 1, com Geraldão abrindo o placar para
o Corinthians, aos 11 minutos, e Flecha empatando para o Guarani, aos 39
minutos do primeiro tempo’.
Se o jornal da capital paulista evitou ser
incisivo nas simulações de contusões de Wladimir e Adãozinho, na prática ambos
simularam. Na época eram permitidas apenas duas substituições por equipe, e o
Corinthians já havia esgotado a sua cota. Como a equipe ficou reduzida a seis
jogadores, o juiz esperou 15 minutos pela recuperação dos ‘contundidos’ e, como
ambos não retornaram ao campo de jogo, a partida foi dada por encerrada.
Eis o time do Corinthians: Sérgio; Zé Maria,
Darcy, Cláudio e Wladimir; Ruço e Tião (Helinho); Ivã (Zé Eduardo), Adílson,
Geraldão e Adãozinho. Técnico: Duque.
Equipe do Guarani: Neneca; Mauro Cabeção,
Amaral, Edson e Caíca; Flamarion e Brecha (Renato); Flecha, Zenon, André
Catimba e Ziza (Nelson). Técnico: Diede Lameiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário