segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Gilberto Sorriso, lateral de São Paulo e Santos

 Qual jogador de futebol tem histórico de 73 partidas consecutivas como titular da mesma equipe durante todo tempo regulamentar de confrontos? Qual? Pois o detentor desta marca - provavelmente recordista de todos os tempos no Brasil - é o então lateral-esquerdo Gilberto Ferreira da Silva, identificado no meio da bola como Gilberto Sorriso, e por motivos óbvios.
 O histórico foi cravado nos tempos de São Paulo, de 1968 a 1977. Ele havia sido aprovado em treino peneira dos juvenis do tricolor paulistano, após reprovação nos testes feitos no terrão do Corinthians.
 Destro, Gilberto Sorriso começou a carreira como lateral-direito, mas a ingrata disputa de posição com o botinudo e temido uruguaio Forlan serviu para que aceitasse a improvisação na lateral-esquerda, alternativa do então treinador José Poy para que ocupasse o lugar do decadente lateral Tenente.
 As campanhas mais expressivas de Gilberto no São Paulo foram no biênio 1970-71, com os treinadores Zezé Moreira e Oswaldo Brandão, respectivamente. No título de 70, o time são-paulino era formado por Sérgio; Forlan, Jurandir, Roberto Dias e Gilberto Sorriso; Edson Cegonha e Gérson; Paulo Nani, Terto, Toninho Guerreiro e Paraná.
 Gilberto Sorriso revelou que naquele período áureo do São Paulo pessoas influentes no clube não davam importância à Libertadores. “Valorizavam campeonatos Brasileiro e Paulista”, contou.
 No primeiro ano de Santos, em 1978, Gilberto Sorriso já comemorou título paulista participando de um grupo treinado pelo saudoso Chico Formiga e identificado como ‘Meninos da Vila’. Eis a formação: Flávio; Nelsinho Baptista, Joãozinho, Neto e Gilberto Sorriso; Toninho Vieira, Rubens Feijão e Pita; Claudinho, Juari e Célio. Detalhe: na segunda partida daquela final contra o São Paulo, no Estádio do Morumbi, o público foi de 107.485 pagantes.
 Mesmo na reserva, o gostinho de faixa de campeão se repetiu em 1984, no time santista comandado pelo também saudoso Carlos Castilho e formado por Rodolfo Rodrigues; Chiquinho, Márcio Rossini, Toninho Carlos e Toninho Oliveira (Gilberto Sorriso); Dema, Paulo Isidoro, Lino e Humberto; Serginho Chulapa e Zé Sérgio.
 Quando parou de jogar em 1989 na Portuguesa Santista, já sem a cabeleira black power e barba, Gilberto Sorriso revelou que nunca bebeu ou fumou, mas confessou que gostava da noite. Dez anos depois enfrentou injusta acusação de que teria cometido homicídio em 1999, com decretação de prisão preventiva, e o caso rendeu-lhe muita dor de cabeça até provar a inocência. Tudo porque ele havia perdido documentos que foram utilizados pelo real homicida.

 Hoje, aos 64 anos de idade completados em setembro passado, paradoxalmente ele trabalha como empregado de empresa de propriedade da ex-esposa. Os cabelos rarearam, mas o sorriso continua o mesmo.  

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