Quando citam que o futebol mudou muito,
considere que o tipo de bola usada atualmente é um incentivo para que seja
alçada à área adversária, principalmente em cobranças de faltas de média e
longa distância. Ela é mais rápida e ganha efeito dificultando defensores.
Isso contrasta com décadas passadas quando as
cobranças eram feitas diretamente ao gol adversário, independente da distância.
Jogadores de chutes fortes se habilitavam, e igualmente traziam preocupações.
Exemplo típico de jogador de chute potente foi
o ponteiro-esquerdo Edilson Guimarães Baroni, o Baroninho, que no último 18 de
janeiro completou 57 anos de idade e aparece em fotos com vários quilinhos a
mais comparativamente aos tempos de boleiro.
Exagera quem cita Baroninho como craque, mas acerta
na afirmação de que ele sabia fazer do limão uma boa limonada. Com dribles
convencionais e alongando a bola, se desvencilhava do lateral adversário e
incontinenti preparava a ‘bomba’ do meio da rua.
Claro que nas equipes que passou foi cobrador
oficial de faltas, e quem ficava na barreira borrava de medo da ‘pancada’.
Aqueles petardos lhe garantiram bons contratos no Palmeiras e Flamengo
principalmente, após ter sido revelado pelo Noroeste de Bauru (SP) em 1978,
quando atuou ao lado de Jairzinho, o furacão da Copa de 70, cabelo black power,
já em final de carreira, e atuando no meio de campo como organizador de
jogadas. Naquela época o time noroestino era formado por João Marcos;
Mauricinho, Beto, Jorge Fernandes e Marco Antonio Machado; Ednaldo, Amadeu e
Jairzinho; Jorge Maravilha, João Carlos Facioli e Baroninho.
No mesmo ano o Palmeiras buscou Baroninho e a
partida memorável dele no Verdão foi a surpreendente goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo, no Estádio
do Maracanã, dia nove de dezembro de 1979. Jorge Mendonça, Carlos Alberto
Seixas, Pedrinho e Zé Mário de cabeça marcaram para o Verdão, enquanto Zico
descontou para o Flamengo, em partida presenciada por 112.045 torcedores.
Naquele jogo Baroninho foi vítima de
cotovelada desferida pelo destemperado Beijoca, que acabou expulso de campo. E
o time do Palmeiras, comandado tecnicamente pelo saudoso Telê Santana, era
este: Gilmar; Rosemiro, Beto Fuscão, Polozzi e Pedrinho; Pires, Mococa e Jorge
Mendonça; Jorginho (Carlos Alberto Seixas), César (Zé Mário) e Baroninho.
No Flamengo, Baroninho foi reserva daquele esquadrão
que conquistou os títulos da Libertadores e Mundial Interclubes de 1981. Depois
disso ele trilhou a imperdoável estrada da volta do futebol, culminando com o
encerramento de carreira no Noroeste em 1988.
Desta forma, restaram-lhe recordações de viagens
para 50 países e concretizado o sonho de ter sido jogador de futebol, apesar de
aos 10 anos de idade ter enfrentado o falecimento do pai.
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