segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Baroninho chutava forte e de qualquer distância

 Quando citam que o futebol mudou muito, considere que o tipo de bola usada atualmente é um incentivo para que seja alçada à área adversária, principalmente em cobranças de faltas de média e longa distância. Ela é mais rápida e ganha efeito dificultando defensores.
 Isso contrasta com décadas passadas quando as cobranças eram feitas diretamente ao gol adversário, independente da distância. Jogadores de chutes fortes se habilitavam, e igualmente traziam preocupações.
 Exemplo típico de jogador de chute potente foi o ponteiro-esquerdo Edilson Guimarães Baroni, o Baroninho, que no último 18 de janeiro completou 57 anos de idade e aparece em fotos com vários quilinhos a mais comparativamente aos tempos de boleiro.
 Exagera quem cita Baroninho como craque, mas acerta na afirmação de que ele sabia fazer do limão uma boa limonada. Com dribles convencionais e alongando a bola, se desvencilhava do lateral adversário e incontinenti preparava a ‘bomba’ do meio da rua.
 Claro que nas equipes que passou foi cobrador oficial de faltas, e quem ficava na barreira borrava de medo da ‘pancada’. Aqueles petardos lhe garantiram bons contratos no Palmeiras e Flamengo principalmente, após ter sido revelado pelo Noroeste de Bauru (SP) em 1978, quando atuou ao lado de Jairzinho, o furacão da Copa de 70, cabelo black power, já em final de carreira, e atuando no meio de campo como organizador de jogadas. Naquela época o time noroestino era formado por João Marcos; Mauricinho, Beto, Jorge Fernandes e Marco Antonio Machado; Ednaldo, Amadeu e Jairzinho; Jorge Maravilha, João Carlos Facioli e Baroninho.
 No mesmo ano o Palmeiras buscou Baroninho e a partida memorável dele no Verdão foi a surpreendente goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo, no Estádio do Maracanã, dia nove de dezembro de 1979. Jorge Mendonça, Carlos Alberto Seixas, Pedrinho e Zé Mário de cabeça marcaram para o Verdão, enquanto Zico descontou para o Flamengo, em partida presenciada por 112.045 torcedores.
 Naquele jogo Baroninho foi vítima de cotovelada desferida pelo destemperado Beijoca, que acabou expulso de campo. E o time do Palmeiras, comandado tecnicamente pelo saudoso Telê Santana, era este: Gilmar; Rosemiro, Beto Fuscão, Polozzi e Pedrinho; Pires, Mococa e Jorge Mendonça; Jorginho (Carlos Alberto Seixas), César (Zé Mário) e Baroninho.
 No Flamengo, Baroninho foi reserva daquele esquadrão que conquistou os títulos da Libertadores e Mundial Interclubes de 1981. Depois disso ele trilhou a imperdoável estrada da volta do futebol, culminando com o encerramento de carreira no Noroeste em 1988.
 Desta forma, restaram-lhe recordações de viagens para 50 países e concretizado o sonho de ter sido jogador de futebol, apesar de aos 10 anos de idade ter enfrentado o falecimento do pai.



Nenhum comentário: