segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Adeus a Dalmo, inventor da paradinha

 Com a morte do lateral-esquerdo Dalmo Gaspar neste dia dois de fevereiro, aos 82 anos de idade, cabe a recapitulação da coluna publicada em outubro de 2013.
 O ponteiro-esquerdo Pepe, companheiro de Santos do lateral, disse que ele foi o inventor da paradinha nas cobranças de pênaltis no futebol, gesto atribuído erroneamente a Pelé, que apenas o copiou.
 Dalmo entrou para a história do alvinegro praiano como autor do gol de pênalti que deu vitória à sua equipe por 1 a 0 sobre o Milan da Itália, no dia 16 de novembro de 1963, na terceira e decisiva partida do Mundial Interclubes, no Estádio do Maracanã. Nos dois confrontos anteriores, o clube italiano venceu em casa por 4 a 2 e perdeu pelo mesmo placar quando veio jogar no Rio de Janeiro, ocasião em que o Santos contava com estes titulares: Gilmar, Lima, Mauro e Dalmo; Zito e Calvet: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.
 Como Pelé desfalcou a sua equipe na terceira partida, em decorrência de contusão, o treinador Lula (já falecido) deixou a incumbência de cobrança de pênalti para Dalmo e Pepe. “Quando teve o lance, fomos até a bola e senti firmeza muito grande nele”, revelou Pepe sobre o companheiro. “Um jogador aplicado como o Dalmo merece estar na história”, acrescentou o ponteiro-esquerdo, que diferentemente do lateral pegava forte na bola também em cobranças de pênaltis, com histórico de ter furado redes adversárias.
 Dalmo começou a carreira no Guarani e se transferiu ao Santos em 1957, com estréia no dia 26 de outubro, na vitória sobre o Palmeiras por 4 a 3, no Estádio do Pacaembu. Ele participou de 369 partidas pelo clube e marcou quatro gols.
 Pepe contou que Dalmo sempre foi titular, quer como lateral-direito, quer como volante e ora retornando ao miolo de área, posição de origem. Posteriormente foi adaptado à lateral-esquerda.
 A despedida dele do Santos ocorreu em agosto de 1964, na vitória sobre o Juventus por 2 a 1, no Estádio da Rua Javari. Incontinenti, ele voltou ao Bugre com o currículo recheado de títulos e histórias contadas por desportistas nas rodas da cidade de Jundiaí, interior de São Paulo, onde o ex-jogador nasceu e morreu.
 O próprio Dalmo informou ter sido o primeiro jogador brasileiro a utilizar chuteira de borracha no país. O presente foi dado por Pelé em uma das excursões do Santos ao exterior.
 O final da carreira de atleta ocorreu como zagueiro central do Paulista de Jundiaí. Ainda naquela cidade ele se aposentou como funcionário público e chegou a integrar a equipe de esportes da Rádio Cidade Jundiaí - AM 730, como comentarista.
 Dalmo só se distanciou da terrinha quando projetou que pudesse seguir a carreira de treinador, e um dos clubes que dirigiu foi o Catanduvense. Ao perceber que não prosperaria na função, se fixou definitivamente em Jundiaí.

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