Com a morte do lateral-esquerdo Dalmo Gaspar
neste dia dois de fevereiro, aos 82 anos de idade, cabe a recapitulação da
coluna publicada em outubro de 2013.
O ponteiro-esquerdo Pepe, companheiro de
Santos do lateral, disse que ele foi o inventor da paradinha nas cobranças de
pênaltis no futebol, gesto atribuído erroneamente a Pelé, que apenas o copiou.
Dalmo entrou para a história do alvinegro
praiano como autor do gol de pênalti que deu vitória à sua equipe por 1 a 0
sobre o Milan da Itália, no dia 16 de novembro de 1963, na terceira e decisiva
partida do Mundial Interclubes, no Estádio do Maracanã. Nos dois confrontos
anteriores, o clube italiano venceu em casa por 4 a 2 e perdeu pelo mesmo
placar quando veio jogar no Rio de Janeiro, ocasião em que o Santos contava com
estes titulares: Gilmar, Lima, Mauro e Dalmo; Zito e Calvet: Dorval, Mengálvio,
Coutinho, Pelé e Pepe.
Como Pelé desfalcou a sua equipe na terceira
partida, em decorrência de contusão, o treinador Lula (já falecido) deixou a
incumbência de cobrança de pênalti para Dalmo e Pepe. “Quando teve o lance,
fomos até a bola e senti firmeza muito grande nele”, revelou Pepe sobre o
companheiro. “Um jogador aplicado como o Dalmo merece estar na história”, acrescentou
o ponteiro-esquerdo, que diferentemente do lateral pegava forte na bola também
em cobranças de pênaltis, com histórico de ter furado redes adversárias.
Dalmo começou a carreira no Guarani e se
transferiu ao Santos em 1957, com estréia no dia 26 de outubro, na vitória
sobre o Palmeiras por 4 a 3, no Estádio do Pacaembu. Ele participou de 369
partidas pelo clube e marcou quatro gols.
Pepe contou que Dalmo sempre foi titular, quer
como lateral-direito, quer como volante e ora retornando ao miolo de área,
posição de origem. Posteriormente foi adaptado à lateral-esquerda.
A despedida dele do Santos ocorreu em agosto
de 1964, na vitória sobre o Juventus por 2 a 1, no Estádio da Rua Javari.
Incontinenti, ele voltou ao Bugre com o currículo recheado de títulos e
histórias contadas por desportistas nas rodas da cidade de Jundiaí, interior de
São Paulo, onde o ex-jogador nasceu e morreu.
O próprio Dalmo informou ter sido o primeiro
jogador brasileiro a utilizar chuteira de borracha no país. O presente foi dado
por Pelé em uma das excursões do Santos ao exterior.
O final da carreira de atleta ocorreu como
zagueiro central do Paulista de Jundiaí. Ainda naquela cidade ele se aposentou
como funcionário público e chegou a integrar a equipe de esportes da Rádio Cidade Jundiaí - AM 730, como
comentarista.
Dalmo só se distanciou da terrinha quando
projetou que pudesse seguir a carreira de treinador, e um dos clubes que
dirigiu foi o Catanduvense. Ao perceber que não prosperaria na função, se fixou
definitivamente em Jundiaí.
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