Em 2003, quando era atleta da categoria
juniores do América Mineiro, o atacante Fred – ora vinculado ao Fluminense -
quebrou o recorde brasileiro de gol relâmpago ao cravar exatos três segundos
num jogo contra o Vila Nova (GO), com goleada dos goianos por 5 a 1 pela Copa São Paulo.
Até então o gol mais rápido no futebol
brasileiro era do ponteiro-direito Gildo, do Palmeiras, em março de 1965, na
vitória sobre o Vasco por 2 a
0 no Estádio do Maracanã, quando o ex-palmeirense marcou aos oito segundos.
Fred e Gildo foram superados em sete de
novembro de 2009 pelo árabe Nawaf a Abel, do Al-Hilal, que precisou de apenas
dois segundos para estufar as redes do Al-Shoalah, com chute do meio do campo
após o primeiro toque, em partida pela Copa Príncipe Faisal Bin Fahad sub23.
O Gildo em questão foi um ponteiro-direito que
retornou ao Estado de Pernambuco em 2012, após ter se radicado em São Paulo quando parou
de jogar em 1970 no Atlético Paranaense, onde ficou nos dois últimos anos de
carreira.
Nascido em 1939 em Ribeirão (PE), Gildo Cunha
do Nascimento chegou ao Santa Cruz aos 17 anos de idade e aos 20 já conquistou
o título estadual pelo time pernambucano. Por isso despertou interesse do
Palmeiras que o trouxe em 1961, convicto que ele repetiria o arranque que lhe
rendeu o apelido de Gildo Bala e a facilidade para chegar ao fundo do campo
para cruzamentos.
Com Julinho Botelho titular da ponta-direita, Gildo
foi remanejado para o lado esquerdo de um ataque completado com Servilío e
Vavá, respectivamente ponta-de-lança e centroavante, na equipe campeã paulista
1963 após goleada por 3 a
0 sobre o Noroeste no Estádio do Pacaembu, com 37.028 pagantes. Eis o Verdão da
época, comandado pelo treinador Sílvio Pirilo: Picasso; Djalma Santos, Djalma
Dias, Waldemar Carabina e Vicente; Zequinha e Ademir da Guia; Julinho,
Servílio, Vavá e Gildo.
No ano seguinte, com Julinho em final de
carreira, Gildo ocupou a ponta-direita e o Palmeiras trouxe o pernambucano
Rinaldo à ponta-esquerda, com revezamento também entre atacantes, visto que
Ademar Pantera e Tupãzinho integraram o elenco.
Como o Palmeiras trouxe ainda o ponteiro-direito
peruano Galhardo, Gildo perdeu espaço na equipe e foi emprestado ao Flamengo. A
estréia foi contra o Botafogo e o Mengão atuou com Franz; Murilo, Ditão, Jaime
e Paulo Henrique; Carlinho e Nelsinho; Gildo, Silva, César Lemos e Dirceu. Os
atacantes Carlos Alberto, Almir Pernambuquinho e Osvaldo II haviam desfalcado o
time. Logo, Gildo não atuou na decisão do estadual de 1966 contra o Bangu,
quando o Mengão perdeu a partida por 3 a 0 e a cabeça, resultando em pancadaria
provocada por Almir Pernambuquinho. Aquela decisão de 12 de dezembro de 1966 foi
vista por 143.978 torcedores no Estádio do Maracanã. Depois Gildo voltou ao
Palmeiras e foi repassado ao Santos.