domingo, 25 de janeiro de 2015

Zé Sérgio, ídolo como atleta e técnico com fracassos

 Um dos enigmas do futebol é que jogadores talentosos do passado não necessariamente vingam como treinador. O ponteiro-esquerdo Zé Sérgio, ídolo de São Paulo e Santos, inserido entre os 20 melhores atletas da posição de todos os tempos no cenário brasileiro, é um deles. Como comandante de grupo foi demitido sumariamente das categorias de base do tricolor paulistano em 2012, após empate diante do Sergipe e derrota para o Barueri na Copa São Paulo. Agora, como treinador dos juniores da Ponte Preta, é alvo de críticas por ter conquistado apenas um dos nove pontos em disputa na primeira fase da competição.
 Em comum, nas duas situações, foi não assumir culpa pelo debacle, preferindo transferir responsabilidade aos seus jogadores. Logo, continuará lembrado como atleta pelo estilo semelhante ao seu ídolo Edu Jonas das décadas de 60 e 70, do grande Santos. Impressionava pela gingada e drible. E além de assistente de centroavantes, também concluía jogadas quando entrava por dentro.
 José Sérgio Prestes, primo do ex-craque Roberto Rivelino, jogou no São Paulo de 1975 a 1983, período que colecionou três títulos: Campeonato Brasileiro de 1977 e Paulistão de 1980/81. Convocado à Seleção Brasileira à Copa do Mundo da Argentina de 1978, parte da imprensa cobrava do treinador Cláudio Coutinho (já falecido) que o fixasse como titular, mas a preferência recaiu sobre Dirceu (também falecido), que fazia o quarto homem de meio de campo e compensava pela combatividade.
 Zé Sérgio só não foi à Copa do Mundo de 1982, na Espanha, por causa de uma contusão no joelho, a segunda maior frustração na carreira de atleta. A primeira foi uma acusação injusta de que teria se dopado por ocasião de uma partida do São Paulo contra a Internacional de Limeira em 1980. Punido preventivamente após ingerir o remédio Naldecon, a decisão foi revogada pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol, que reconheceu a sua inocência.
 Mais dois títulos estaduais estavam reservados na carreira dele: paulista pelo Santos em 1984 e carioca no Vasco em 1987. Depois ainda brilhou no Nissan do Japão por pouco mais de dois anos. Aí,
joelhos extremamente comprometidos por duas cirurgias eram indicativos de que a carreira chegava ao final aos 33 anos de idade. Inadmissível, contudo, era ficar fora do meio. Por isso aceitou convite para ser coadjuvante de treinador daquele clube japonês e começou a aprender os macetes de comandante de grupo.

 De volta ao Brasil aderiu ao grupo de Atletas de Cristo, a convite de seu ex-companheiro Muller. E testemunhou graças obtidas através da palavra de Deus como a montagem de moderníssimo centro de treinamento para abrigar escolinha de futebol em Vinhedo (SP). Depois foi treinar equipes de juniores em clubes.

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