O futebol é caprichoso e surpreendente. Quem
diria que os irmãos Paulo Egídio Bertolazzi de Nelson Bertolazzi, ambos
revelados pelo Botafogo de Ribeirão Preto (SP), fossem jogar juntos em
Portugal? Pois o sonho desses paulistas nascido em Pradópolis se concretizou em
1988. Paulo Egídio, ponteiro-esquerdo rápido e hábil, fazia jogadas de fundo de
campo e transformava-se num preparador de lances para Nelson, a exemplo de que
fizera ao longo da carreira para tantos outros atacantes no Corinthians, Vasco,
Ponte Preta e Joinville, até então.
A carreira de Paulo Egídio havia preparado
algo especial na próxima parada: o Grêmio portoalegrense em 1989. No primeiro
ano de clube já colocou a faixa de campeão da Copa do Brasil, e na temporada
seguinte arrasou na goleada sobre o arqui-rival Inter por 4 a 1, na final do Campeonato
Gaúcho.
Aquelas pernas curtas distribuídas num corpo
de 1,69m de estatura e 72 quilos infernizaram adversários e despertaram atenção
do então treinador da Seleção Brasileira, Paulo Roberto Falcão, que o convocou
em 1990. Pena que logo na estréia o time brasileiro foi goleado pela Espanha
por 3 a 0.
A partir dali uma sequência de lesões em
joelhos implicou em três cirurgias, tirou-lhe aquela explosão e o fez perder
espaço no Grêmio, com conseqüente repasse por empréstimo ao Atlético Mineiro,
clube que não repetiu o bom futebol. Desta forma, restou-lhe a escolha de
encerramento de carreira no clube que o projetou, caso do Botafogo (SP) em
1994, aos 30 anos de idade.
Depois Paulo Egídio entrou para as seções
memórias do futebol e passou a explicar que recusou convocação à Seleção
Brasileira de Juniores para o Torneio de Toulon, na França, porque o objetivo
era se fixar como titular do Corinthians em 1983, num time que no clássico com
o Flamengo de Zico foi goleado por 5
a 1 com estes jogadores: Emerson Leão; Alfinete, Mauro,
Daniel Gonzáles e Wladimir; Wagner Basílio, Sócrates e Zenon; Eduardo Amorim,
Vidotti e Paulo Egídio.
A passagem de seis meses pelo Vasco, ao se
desligar do Corinthians, é para ser esquecida. Atuou num time formado por
Acácio; Galvão, Daniel Gonzáles, Nenê e João Luís; Serginho, Geovani e
Marquinhos; Ernani, Roberto Dinamite e Paulo Egídio.
Como cigano da bola ainda passou por Ponte
Preta, Joinville e Boa Vista antes de atingir o auge da carreira no Grêmio. E
quando parou de jogar ainda tentou ser treinador de futebol, com passagens por
Botafogo, Comercial (SP), Francana e Paranavaí, porém sem sucesso.
Hoje, na iminência de completar 51 anos de
idade em fevereiro, seu último histórico de notoriedade foi como secretário de
Esportes da pacata cidade paulista de Dumont, que conta com apenas sete mil e
quinhentos habitantes.
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