sábado, 4 de outubro de 2014

Moacir, o reserva de Didi na Copa de 58

 O prenome Moacir só será perpetuado porque pai coruja o transfere para o filho e segue com o neto. Afora isso, prevalecem nomes bíblicos para registros de nascimentos como Davi, Miguel, João Pedro, Lucas, Gabriel e Matheus, segundo dados da Arpen-SP (Associação de Registro de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo) de 2013. O portal BabyCenter acrescenta que nomes como Luan, Guilherme, Gustavo, Felipe, Rafael, Victor, Henrique e Kauan também estão na lista dos mais escolhidos.
 Moacir é nome de origem indígena e faz parte do relato do romance ‘Iracema’ de José de Alencar. Então, quais as pessoas populares com o nome de Moacir?  Raras. A mais famosa é o humorista-cantor Moacyr Franco, que neste cinco de outubro completou 78 anos de idade. No futebol, os dois últimos relativamente conhecidos são aquele lateral-direito reserva de Alessandro do Corinthians em 2010 e o treinador Moacir Júnior, familiarizado com equipes de menor expressão no futebol mineiro.
 O mais famoso dos ‘Moacires’ da bola é Moacir Claudino Pinto, igualmente com 78 anos de idade completados em maio, e que fixou residência em Guayaquil, Equador, cidade admirada por ele desde a passagem pelo Barcelona local, o último clube de sua carreira de atleta em 1970.
 Moacir ficou famoso nos seis anos de Flamengo, a partir de 1956, quando driblava com facilidade e tinha boa visão de jogo. Segundo o almanaque do clube ele participou de 233 jogos e marcou 57 gols, ora atuando como meia de armação, ora como ponta-de-lança. Em 1958 participou de um time formado por Fernando; Jouber, Pavão, Jadir e Jordan; Dequinha e Moacir; Joel, Henrique, Dida e Zagallo.
 A recompensa foi convocação à Seleção Brasileira daquela temporada na reserva de Didi. Na ocasião aparecia nas fotos de álbuns com o bigode bem ralo e, por vezes, amarrando a faixa até metade da canela. No total, atuou sete vezes pelo selecionado e marcou dois gols.
 A carreira fora do país começou no River Plate da Argentina, prosseguiu no Pañarol do Uruguai e terminou no Equador com passagens por Everest e Barcelona de Guayaquil, ocasião em que alardeava ter adquirido propriedades que garantiriam sustento pelo resto da vida. Depois, ainda foi escolhido como treinador da seleção equatoriana infantil em 1986 que disputou o Mundial no Canadá, e bem remunerado.

 Apesar disso está em dificuldade financeira, mas não esmorece. Ainda se anima falar que está tudo bem, mesmo faltando dinheiro para tratar do câncer de próstata. Hoje, a vida dele está difícil como na adolescência, nos tempos de bairro Ipiranga em São Paulo, quando abandonou a casa do pai após ter sido surrado. Tudo porque foi participar de uma pelada e esqueceu o dinheiro para que fazer fezinha no jogo do bicho embaixo de uma pedra. Aí foi parar em um albergue e posteriormente no Flamengo.

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