segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Tupãzinho, o talismã do Corinthians

 Por questão protocolar, o eterno ídolo corintiano Tupãzinho recebe tratamento formal apenas na Câmara Municipal de Tupã, interior de São Paulo. Quando citado por quaisquer dos parlamentares, a referência é nobre vereador Pedro, ou então o nome completo: Pedro Francisco Garcia.
 A popularidade advinda do futebol garantiu-lhe uma cadeira no legislativo de Tupã com 908 votos na eleição municipal de 2012 pela sigla PSBC (Partido Social Democrata Cristão), com subsídio mensal atualizado de $ 2.408,85. Logo, a renda é completada no trabalho como olheiro e revelador de jovens atletas de futebol, assim como atividades comerciais. Ele já foi criador de gado e fabricante de fraldas em Campo Grande (MS).
 Tupãzinho jamais será esquecido por ter marcado o gol que deu o primeiro título brasileiro ao Corinthians no dia 16 de dezembro de 1990, na vitória sobre o São Paulo por 1 a 0. Foi gol de carrinho aos oito minutos do segundo tempo, quando ‘voou’ em direção à bola como ‘voam’ zagueiros para interceptar avanços de adversários. Com isso fez a fiel torcida estremecer o Estádio do Morumbi, que naquela ocasião registrou público de 100.858 pagantes. Foi um prêmio para quem jogou 24 partidas e ficou de fora apenas contra o Náutico.
 Daquele time corintiano comandado pelo treinador Nelsinho Baptista, o lateral-direito Giba já faleceu. Eis a equipe: Ronaldo; Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Márcio, Wilson Mano, Neto e Mauro; Tupãzinho e Fabinho. Já o São Paulo, do saudoso técnico Telê Santana, teve Zetti; Cafu, Antonio Carlos, Ivan e Leonardo; Flávio, Bernardo e Raí; Mário Tilico, Eliel e Elivelton (já falecido).
 Ano passado Tupãzinho foi homenageado pelos dirigentes corintianos com a imagem do lance de carrinho no muro do Centro de Treinamento Joaquim Grava, dividindo espaço com Ronaldo, Sócrates, Basílio, Viola e Neto.
 Apesar da estatura de 1,69m de altura, ele repartia bola com zagueiros de caixa torácica avantajada. Seu forte, todavia, era a velocidade e bom balanço para infernizar marcadores. Fazia isso desde a infância em Tupã e depois no São Bento, despertando interesse do Corinthians para contratá-lo - juntamente com o zagueiro Guinei - dia 27 de janeiro de 1990.
 Durante seis anos consecutivos Tupãzinho jogou no Corinthians, a maior parte como reserva que entrava no segundo tempo para decidir partidas. Por isso foi tido como jogador ‘talismã da fiel’, amuleto dos treinadores do clube, nos tempos em que ele usava cabelo caído nas costas, copiando os sertanejos Chitãozinho e Xororó.

 Após se desligar do Timão no amistoso de 28 de junho de 1996, na goleada por 4 a 0 sobre o Operário de Campo Grande (MS), ele foi para o Fluminense. Depois passou por América (MG), XV de Piracicaba, Matonense, Itumbiara, Rondonópolis e Jaboticabal em 2002, na Série A3 do Paulista.

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