Por questão protocolar, o eterno ídolo
corintiano Tupãzinho recebe tratamento formal apenas na Câmara Municipal de
Tupã, interior de São Paulo. Quando citado por quaisquer dos parlamentares, a
referência é nobre vereador Pedro, ou então o nome completo: Pedro Francisco
Garcia.
A popularidade advinda do futebol garantiu-lhe
uma cadeira no legislativo de Tupã com 908 votos na eleição municipal de 2012
pela sigla PSBC (Partido Social Democrata Cristão), com subsídio mensal atualizado
de $ 2.408,85. Logo, a renda é completada no trabalho como olheiro e revelador
de jovens atletas de futebol, assim como atividades comerciais. Ele já foi
criador de gado e fabricante de fraldas em Campo Grande (MS).
Tupãzinho jamais será esquecido por ter
marcado o gol que deu o primeiro título brasileiro ao Corinthians no dia 16 de
dezembro de 1990, na vitória sobre o São Paulo por 1 a 0. Foi gol de carrinho aos
oito minutos do segundo tempo, quando ‘voou’ em direção à bola como ‘voam’ zagueiros
para interceptar avanços de adversários. Com isso fez a fiel torcida estremecer
o Estádio do Morumbi, que naquela ocasião registrou público de 100.858
pagantes. Foi um prêmio para quem jogou 24 partidas e ficou de fora apenas
contra o Náutico.
Daquele time corintiano comandado pelo
treinador Nelsinho Baptista, o lateral-direito Giba já faleceu. Eis a equipe:
Ronaldo; Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Márcio, Wilson Mano, Neto e Mauro;
Tupãzinho e Fabinho. Já o São Paulo, do saudoso técnico Telê Santana, teve
Zetti; Cafu, Antonio Carlos, Ivan e Leonardo; Flávio, Bernardo e Raí; Mário
Tilico, Eliel e Elivelton (já falecido).
Ano passado Tupãzinho foi homenageado pelos
dirigentes corintianos com a imagem do lance de carrinho no muro do Centro de
Treinamento Joaquim Grava, dividindo espaço com Ronaldo, Sócrates, Basílio,
Viola e Neto.
Apesar da estatura de 1,69m de altura, ele
repartia bola com zagueiros de caixa torácica avantajada. Seu forte, todavia,
era a velocidade e bom balanço para infernizar marcadores. Fazia isso desde a
infância em Tupã e depois no São Bento, despertando interesse do Corinthians
para contratá-lo - juntamente com o zagueiro Guinei - dia 27 de janeiro de 1990.
Durante seis anos consecutivos Tupãzinho jogou
no Corinthians, a maior parte como reserva que entrava no segundo tempo para decidir
partidas. Por isso foi tido como jogador ‘talismã da fiel’, amuleto dos
treinadores do clube, nos tempos em que ele usava cabelo caído nas costas, copiando
os sertanejos Chitãozinho e Xororó.
Após se desligar do Timão no amistoso de 28 de
junho de 1996, na goleada por 4
a 0 sobre o Operário de Campo Grande (MS), ele foi para
o Fluminense. Depois passou por América (MG), XV de Piracicaba, Matonense,
Itumbiara, Rondonópolis e Jaboticabal em 2002, na Série A3 do Paulista.
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