Na comemoração do centenário do Palmeiras
ídolos imortais são lembrados a todo instante, principalmente o meia Ademir da
Guia, considerado o melhor jogador de todos os tempos que passaram pelo clube. Da
Guia completou 72 anos de idade em abril passado, continua ‘batendo’ a sua bolinha, e avisa que vai
levar a botinha para o túmulo.
Também deveria ser lembrado frequentemente o
antecessor de Da Guia, que foi o meia Chinesinho, falecido em abril de 2011 aos
76 anos de idade. Ele foi um baixinho de caixa torácica avantajada, tinha
excelente visão de jogo, contundência nos arremates e estilo semelhante ao do
ex-meia Zenon, que passou por Guarani, Corinthians e Atlético (MG).
Quem não o conheceu jamais imagina o retorno
financeiro que propiciou ao Palmeiras com a venda do passe ao Modena da Itália.
Maior parte do dinheiro foi aplicada na construção do Jardim Suspenso em meados
da década de 60. O Estádio Palestra Itália foi ampliado e o recorde de público foi
registrado por ocasião da conquista do título paulista em 1976, na vitória por 1 a 0 sobre o XV de Piracicaba,
com 35.913 pagantes.
Chinesinho, gaúcho registrado com o nome de Sidney
Colônia Cunha, chegou ao Palmeiras em 1958 em companhia do goleiro Valdir de
Moraes e o meia Ênio Andrade. Eles ajudaram a sedimentar a estrutura da equipe para
o Campeonato Paulista de 1959, com a quebra de jejum de títulos de nove anos.
Na época foram realizados três jogos decisivos
contra o então invicto Santos, após ambos empatarem na pontuação em dois turnos
de pontos corridos. Nos dois primeiros jogos ocorreram empates por 1 a 1 e 2 a 2. Na terceira partida, o
Santos vencia com gol de Pelé, mas o Palmeiras virou através de Julinho Botelho
e Romero. Eis os campeões: Valdir; Djalma Santos, Waldemar Carabina, Aldemar e
Geraldo Scotto; Zequinha e Chinesinho; Julinho Botelho, Nardo, Américo e
Romero.
Chinesinho teve passagem pela Seleção
Brasileira de 1956 a
1961, e lá jogou 20 vezes. Com isso encantou o jornalista-empresário italiano
Geraldo Sanela que o levou ao Modena em 1962, com conseqüente repasse ao
Catânia. Em 1965 ele foi contratado pela Juventus de Turim. Os últimos cinco
anos de Itália foram no Lanerossi de Vicenzo, quando serviu de inspiração para
o ainda menino Roberto Baggio, que o acompanhou até o término da carreira em
1973, aos 38 anos de idade.
Incontinenti, Chinesinho foi lançado na
carreira de treinador e fracassou na experiência no próprio Lanerossi, com a
queda da equipe à Série B daquela competição nacional. Ele não dimensionou a
falta de vocação para exercer a função.
Antes de adoecer, Chiquinho freqüentava
regularmente o Bar do Elias, nas imediações do Estádio Palestra Itália, ainda
reduto de ex-jogadores palmeirenses que cultivam amizades. Lá ele apreciava goladas
de chope.