segunda-feira, 7 de janeiro de 2013


Mazurkievcz, o goleiro da Copa de 70



 Se até a velha guarda não recorda bem das características do goleiro uruguaio Ladislao Mazurkievcz, que dirá desportista na faixa etária dos trinta e poucos anos de idade, que sequer o viu atuar através da televisão? Aí, ao abrir sites ou folhear páginas de jornais em busca de informações sobre as características do goleiro, o leitor observará curto relato com ênfase sobre a Copa do Mundo de 1970, no México.

 O texto lembra que Mazurkievcz foi o melhor goleiro daquele Mundial, mas paradoxalmente cita um lance em que cometeu erro infantil na cobrança de tiro de meta, Pelé ficou com a bola, e quase o surpreendeu em finalização de longa distância. E ainda há descrição de lance em que Pelé deu drible de corpo no goleiro uruguaio, mas na finalização a bola passou raspando o poste direito.

 A rigor, o Uruguai tinha um respeitado time na época. O zagueiro era Anchieta, que posteriormente se transferiu ao Grêmio portoalegrense. Cubilla era um meia habilidoso e organizador, enquanto Pedro Rocha atuava como meia-direita e sabia fazer gols. Essa patota era comandada pelo treinador Hohberg.

 Mazurkievcz morreu no dia 2 de janeiro, vítima de complicações renais e insuficiência respiratória, após uma semana hospitalizado em Montevidéu. Ele tinha 67 anos de idade, e deve ser lembrado pela elasticidade nos tempos de goleiro. Esta agilidade permitia que praticasse defesas cara a cara com o adversário. Com isso pôde disputar as Copas de 1966, 1970 e 1974. Também foi campeão da Libertadores e do mundo atuando pelo Peñarol, do Uruguai, em 1966.

 Muzurkievcz tinha estatura aproximada de 1,80m de altura, e evitava sair do gol em bola cruzadas, característica própria de goleiros argentinos, na época. Por isso o futebol brasileiro tratou de importá-los para correção desse sério problema.

 De lá viram Andradas para o Vasco em 1966, Cejas ao Santos em 1970, e Fillol ao Flamengo em 1984. E virou moda goleiros estrangeiros por aqui. O também uruguaio Maidana vestiu a camisa do Palmeiras entre 1965-66, Mazurkievcz passou pelo Atlético Mineiro por dois anos - a partir de 1972 -, substituído em seguida por Ortiz. Rodolfo Rodrigues teve passagem marcante pelo Santos a partir de 1984, e o chileno Rojas, três anos depois, brilhou no gol do São Paulo.

 Apesar da fama de bom goleiro, o nome de Mazurkievcz não está na relação dos principais atletas da posição que passaram pelo Atlético Mineiro, conforme o site oficial do clube. São lembrados Kafunga, Mão de Onça, Mussula Renato, João Leite e Taffarel. Também o portal UOL, na classificação de ídolos do Galo, faz referências apenas aos goleiros Kafunga, Taffarel e João Leite.

 No Brasil o apelido era Mazurca, mas no Uruguai sempre foi chamado de El Chiquitito. E antes de adoecer trabalhava como preparador de goleiros.

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