Gottardo, carreira de sucesso como zagueiro
Em 1982 chegou ao Estádio Brinco de Ouro, do
Guarani, um rapaz franzino de Santa Bárbara d’Oeste (SP), de 19 anos de idade,
que se identificou como o quarto-zagueiro Wilson Roberto Gottardo, trazido pelo
dirigente Nivaldo Batagim, do União Barbarense, para fazer testes.
- Vamos dar uma espiada no moço -, disse o
então treinador bugrino Zé Duarte (já falecido), na ocasião atrasado para o
treino vespertino do clube.
Na segunda metade do coletivo Gottardo entrou
no time reserva e agradou. Logo, por recomendação do treinador, trataram de
acomodá-lo no alojamento do estádio, para que completasse a etapa de teste.
- Pode contratá-lo - afirmou de forma incisiva
Zé Duarte, no breve diálogo com o então diretor de futebol do Guarani Beto
Zini.
Gottardo foi um zagueiro com tempo adequado
para a antecipação de jogadas, firmeza na marcação e velocidade para a
cobertura. Também aliava à competitividade o estilo clássico, ao fazer a bola
sair limpa da defesa.
Com essas virtudes, logo foi titular no
Guarani e formou dupla de zaga com Júlio César, titular da Seleção Brasileira
em 1986, ano que em Gottardo se transferiu para o Náutico e deixou a posição no
Bugre para Ricardo Rocha, que antes atuava na lateral-direita.
Com menos de um ano no futebol nordestino,
Gottardo foi contratado pelo Botafogo (RJ), onde ficou até 1990 na primeira
passagem, coincidentemente após ter conquistado o bicampeonato carioca nas
temporadas de 1989-90, formando dupla de zaga com Mauro Galvão.
Apesar da identificação com a torcida
botafoguense, o quarto-zagueiro foi jogar no rival Flamengo em 1991, onde
sagrou-se tricampeão carioca, e lá ficou durante dois anos, optando, na
sequência, pela experiência internacional no Marítimo de Portugal, em 1994,
onde teve vida curta.
Por isso, não titubeou em voltar ao Botafogo
na temporada seguinte, e de maneira triunfal com a conquista do título
brasileiro. Foram jogos polêmicos na final diante do Santos, período em que o
centroavante Túlio Maravilha e o treinador Paulo Autuori estavam no ‘Fogão’.
Estranhamente, Gottardo havia se habituado a
se desligar dos clubes então vinculados após sagrar-se campeão. Foi assim duas
vezes no Botafogo e uma no Flamengo. Por isso, ainda em 1995 transferiu-se ao
São Paulo, em tempos de conquistar o título do Mundial de Clubes.
O final da década de 90 ainda lhe reservou a
terceira e última passagem pelo Botafogo, contratação pelo Fluminense e
conquista da Libertadores da América pelo Cruzeiro em 1997. Dois anos depois, a
carreira de atleta foi encerrada no Sport Recife, com histórico de cinco jogos na
Seleção Brasileira.
Após montar escritório que empresaria jogador
de futebol, Gottardo optou pela carreira de treinador desde 2011, no Vila Nova
(MG). Ano passado ele trabalhou no Bonsucesso (RJ).
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