Artime, argentino goleador do passado
Historicamente o Palmeiras contrata jogadores
do futebol sul-americanos para reforçar o seu elenco. Foi justamente para
manter a tradição que apostou todas as fichas no atacante argentino Hermán
Barcos como solução do problema que afligia o setor.
Barcos, que em abril vai completar 28 anos de
idade, chegou precedido da fama de artilheiro. Defendendo o LDU do Equador,
entre as temporadas 2010 e 2011, marcou 53 gols em 92 partidas e custou ao
Verdão cerca de R$ 6,24 milhões como pagamento dos direitos federativos. A
estatura de 1,89m de altura facilita o cabeceio, uma de suas especialidades.
Claro que o Palmeiras se inspirou em outro
argentino goleador que passou pelo clube há 43 anos: Luis Artime, um ‘fazedor’
de gols de todo jeito.
Artime chegou ao Palmeiras em 1968 aos 27 anos
de idade. A estréia, diante do Independiente da Argentina, foi com goleada do
Verdão por 4 a
0, no dia 14 de julho. E a sequência foi de gols e gols.
A especialidade de Artime era bola rebatida
pelo goleiro. Sempre chegava primeiro que o beque e concluía. Quando ganhava
dos zagueiros na velocidade e ficava na cara do gol, nada de toque sutil para
deslocar os goleiros. O chute era sempre forte e nem sempre no canto.
O aproveitamento dele no cabeceio também foi
acima da média. E por causa desse repertório marcou 49 gols com a camisa do
Palmeiras em 57 partidas disputadas, média de 0,85 gol por jogo.
Artime disputou a Libertadores pelo Palmeiras
em 1969, mas não atingiu o objetivo de levar o time ao título. Contudo
sagrou-se campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, em uma equipe
formada por Chicão; Eurico, Baldocchi, Nelson e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia;
Tupãozinho, César, Artime e Serginho.
Vida de ídolo, badalação e bom contrato não
foram suficientes para segurá-lo no Palmeiras. Pouco mais de um ano depois da
chegada ao Parque Antarctica foi seduzido por tentadora proposta financeira do
Nacional do Uruguai e, como estaria mais próximo de seus familiares, na
Argentina, forçou o desligamento do Verdão.
Evidente que no futebol uruguaio voltou a ser
atração com a sequência de gols. Em 1971 foi decisivo na conquista da Copa
Intercontinental contra o Panathinaikos da Grécia. Fez gol no empate por 1 a 1 na Europa e outros dois
gols na vitória por 2 a
1 em Montevidéu.
Em 1972, como o Fluminense iniciou a
remontagem de seu time, além do meia Gérson os dirigentes projetaram os gols de
Artime como solução dos problemas e foram buscá-lo.
Quem vibrou com a contratação foi o meia
Gérson, que até cantava as jogadas de gols: “Eu recebo do Denílson, lanço o
Lula e corro para abraçar o Artime”. Na prática, todavia, a passagem do
argentino pelo Fluminense foi discreta.
Hector Silva, Arce, Rincón, Mancuso, Rivarola,
Asprila, Ortigoza e Valvídia são outros estrangeiros que jogaram no Verdão.
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