Edson Cegonha, um ex-mulherengo
O maldito Alzheimer castigou
e originou mortes dos ex-jogadores Ramos Delgado, Waldemar Carabina, Francisco
Sarno, Urubatão e Washington, ex-atacante de Guarani e Corinthians. Agora,
desde o dia 20 de outubro, apaga de vez a memória do ex-boleiro Edson Cegonha,
que não sabe voltar para a sua casa em Bonsucesso, no Rio de Janeiro.
Na maioria das vezes o drama do
Alzheimer começa com a procura de um objeto mantido no lugar costumeiro.
Remédio é apenas paliativo para retardar o agravamento da doença.
Mas quem é esse Edson Cegonha?
Edson de Souza Barbosa nasceu no dia 20 de junho de 1943, e foi amigo de figurões
do meio artístico, entre eles o cantor Roberto Carlos. Décadas passadas, ambos
atuaram juntos como atores de cinema.
Boa pinta, elegantemente
vestido e 1,85m de altura, despertava atenção da mulherada e havia
reciprocidade.
Foi um mulherengo
incorrigível. E fruto de relacionamento com a intérprete de samba Beth Carvalho
teve uma filha - a atriz Luana Carvalho -, uma dos 11 herdeiros de
relacionamentos conjugal ou não. A caçula tem seis anos de idade. Daí o apelido
de cegonha.
Originalmente
lateral-esquerdo, Edson Cegonha transferiu-se do São Cristóvão ao Corinthians na
década de 60. E adaptado como volante, formou notável dupla de meio-de-campo
com Rivelino naquele time de 1968 que venceu o Santos por 2 a 0 no Estádio do Pacaembu e
quebrou um jejum de 12 anos de títulos. Eis a equipe: Diogo; Osvaldo Cunha,
Ditão, Luiz Carlos e Maciel; Edson e Rivelino; Buião, Paulo Borges, Flávio e
Eduardo.
No ano seguinte se transferiu
ao São Paulo. E com Teodoro absoluto na cabeça-de-área, retornou à
lateral-esquerda. Depois, jogou ao lado de Gérson e Pedro Rocha.
CARACTERÍSTICAS
Edson Cegonha desarmava com
classe, passava bem a bola, arriscava chutes de longa distância e tinha
aceitável aproveitamento no jogo aéreo. Chutão? Nem pensar. Pressionado por
adversário, usava as pernas compridas para esconder a bola.
Como bom malandro, nas
disputas descaradamente acertava meio gomo da bola e, por extensão, pés de
adversários. E com a maior ‘cara de pau’ dizia: “Fui na bola”.
Quando entrava mais duro, virava
às costas e saía de perto da jogada, despistando a arbitragem.
Também era dos tais que ‘apitavam’ partidas. Na final do Campeonato Paulista de 1971, jogando pelo São Paulo, induziu o árbitro Armando Marques ao erro, ao citar que Leivinha, do Palmeiras, havia usado a mão em gol legítimo de cabeça. Conclusão: o Tricolor venceu por1
a 0 e foi bicampeão.
Em 1972 os cartolas do Tricolor optaram por ‘limpeza’ no elenco e Edson entrou na lista de dispensa, ocasião em que se transferiu ao Palmeiras.
Também era dos tais que ‘apitavam’ partidas. Na final do Campeonato Paulista de 1971, jogando pelo São Paulo, induziu o árbitro Armando Marques ao erro, ao citar que Leivinha, do Palmeiras, havia usado a mão em gol legítimo de cabeça. Conclusão: o Tricolor venceu por
Em 1972 os cartolas do Tricolor optaram por ‘limpeza’ no elenco e Edson entrou na lista de dispensa, ocasião em que se transferiu ao Palmeiras.
Edson Cegonha ainda tentou
ser treinador, porém sem sucesso. Também já ‘empresariou’ jogadores.
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