Valdeir, de velocista a corretor de imóveis
As arrancadas fulminantes do velocista Valdeir
Celso Moreno foram preponderantes para que o Botafogo conquistasse em 1990 o
bicampeonato carioca. Dois anos depois ele já estava no Bordeaux da França,
impressionado com edificações majestosas, castelos e constatando que a cidade
era de fato uma das maiores produtoras da vinicultura européia.
Onze anos depois - em 2003 -, quando já não
justificava o apelido ‘The Flash’, dado pelo narrador de futebol Januário de
Oliveira, encerrou a carreira de jogador no modesto Madureira, clube do
subúrbio do Rio de Janeiro.
Comparativamente, a biografia de Valdeir no
futebol é uma das mais repetidas entre a boleirada. Atinge o estrelato, faz
bons contratos, tem espaços escancarados na mídia, e depois depara com a penosa
estrada da volta do futebol. Aí, geralmente o encerramento da carreira ocorre
quase que no anonimato.
Alguns desses ex-boleiros, face à
versatilidade, apenas mudam de funções no futebol, transformando-se em
treinadores, membros de comissões técnicas e empresários; outros, sem aptidão
para tal, migram de segmentos.
O atacante Valdeir é um desses exemplos. A
recolocação no mercado de trabalho foi como corretor de imóveis em Goiânia, em
imobiliária de seu irmão.
Por sinal, para ele tudo começou na capital de
Goiás. Lá nasceu no dia 31 de dezembro de 1967, e foi no Atlético (GO) que
apareceu para o futebol causando cobiça do Botafogo.
Em 1990, quando jogava pela equipe carioca, de
certo também não entendeu o esdrúxulo regulamento da competição regional que
premiou a sua equipe como finalista pelo fato de ter acumulado maior número de
pontos nos dois turnos da competição. Assim, o Botafogo ficou esperando o
vencedor dos semifinalistas Fluminense e Vasco, respectivamente campeões de
Taça Rio e Taça Guanabara. E na final deu Botafogo com a vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, num time
formado por Ricardo Cruz; Paulo Roberto, Wilson Gottardo, Gonçalves e Renato
Martins; Carlos Alberto Santos; Luisinho e Djair (Gustavo); Donizete, Valdeir e
Carlos Alberto Dias.
Valdeir jogou na França em 1992, mas no ano
seguinte foi emprestado ao São Paulo. Depois ficou no Bordeaux até 1996,
ocasião em que falava francês fluentemente e assimilado os valores culturais
daquele país.
Ainda como jogador de nome, fez contratos com
Flamengo, Fluminense, Paraná Clube, Atlético Mineiro, Brasiliense, Ceará e
Madureira, clube que provavelmente registrou a mais longa excursão ao exterior
em 1961. Foram 36 jogos em 144 dias, com passagens por Europa, Ásia e Estados
Unidos.
Claro que em sua página no Facebook ele
historia a passagem pela Seleção Brasileira, com 15 atuações. E por ter sido
lembrado durante jogos das Eliminatórias de 1994, tinha expectativa de ser
convocado à Copa do Mundo dos Estados Unidos, o que não aconteceu.
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