segunda-feira, 12 de março de 2012




Valdeir, de velocista a corretor de imóveis





 As arrancadas fulminantes do velocista Valdeir Celso Moreno foram preponderantes para que o Botafogo conquistasse em 1990 o bicampeonato carioca. Dois anos depois ele já estava no Bordeaux da França, impressionado com edificações majestosas, castelos e constatando que a cidade era de fato uma das maiores produtoras da vinicultura européia.

 Onze anos depois - em 2003 -, quando já não justificava o apelido ‘The Flash’, dado pelo narrador de futebol Januário de Oliveira, encerrou a carreira de jogador no modesto Madureira, clube do subúrbio do Rio de Janeiro.

 Comparativamente, a biografia de Valdeir no futebol é uma das mais repetidas entre a boleirada. Atinge o estrelato, faz bons contratos, tem espaços escancarados na mídia, e depois depara com a penosa estrada da volta do futebol. Aí, geralmente o encerramento da carreira ocorre quase que no anonimato.

 Alguns desses ex-boleiros, face à versatilidade, apenas mudam de funções no futebol, transformando-se em treinadores, membros de comissões técnicas e empresários; outros, sem aptidão para tal, migram de segmentos.

 O atacante Valdeir é um desses exemplos. A recolocação no mercado de trabalho foi como corretor de imóveis em Goiânia, em imobiliária de seu irmão.

 Por sinal, para ele tudo começou na capital de Goiás. Lá nasceu no dia 31 de dezembro de 1967, e foi no Atlético (GO) que apareceu para o futebol causando cobiça do Botafogo.

 Em 1990, quando jogava pela equipe carioca, de certo também não entendeu o esdrúxulo regulamento da competição regional que premiou a sua equipe como finalista pelo fato de ter acumulado maior número de pontos nos dois turnos da competição. Assim, o Botafogo ficou esperando o vencedor dos semifinalistas Fluminense e Vasco, respectivamente campeões de Taça Rio e Taça Guanabara. E na final deu Botafogo com a vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, num time formado por Ricardo Cruz; Paulo Roberto, Wilson Gottardo, Gonçalves e Renato Martins; Carlos Alberto Santos; Luisinho e Djair (Gustavo); Donizete, Valdeir e Carlos Alberto Dias.

 Valdeir jogou na França em 1992, mas no ano seguinte foi emprestado ao São Paulo. Depois ficou no Bordeaux até 1996, ocasião em que falava francês fluentemente e assimilado os valores culturais daquele país.

 Ainda como jogador de nome, fez contratos com Flamengo, Fluminense, Paraná Clube, Atlético Mineiro, Brasiliense, Ceará e Madureira, clube que provavelmente registrou a mais longa excursão ao exterior em 1961. Foram 36 jogos em 144 dias, com passagens por Europa, Ásia e Estados Unidos.

 Claro que em sua página no Facebook ele historia a passagem pela Seleção Brasileira, com 15 atuações. E por ter sido lembrado durante jogos das Eliminatórias de 1994, tinha expectativa de ser convocado à Copa do Mundo dos Estados Unidos, o que não aconteceu.




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