terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Viola, carreira polêmica

A enxurrada de gols marcados nos anos 90 refletiu em bons contratos salariais para o ex-atacante Viola durante uma década após a virada do século. Os gols rarearam, as coreografias caíram no esquecimento, e nem por isso os cartolas deixaram de apostar nele como atração de bilheteria.

A polêmica carreira de Viola indica uma sequência de capítulos, um deles sobre a origem do apelido. Se nos tempos de ‘terrão’ – famoso campo de futebol da capital paulista – era identificado pelo nome de registro, Paulo Sérgio Rosa, bastou se apresentar às categorias de base do Corinthians com um par de chuteiras da marca Viola para ganhar o apelido. A marca superava a concorrente Gaeta, uma botina de bico duro que, desgastada pelo tempo, machucava pés de atletas com pregos que se soltavam na sola, obrigando sapateiros a entortá-los. Quanta diferença para a levíssima chuteira F50 adiZero da Adidas, que pesa 165g; ou a V1.10 Lightning da Puma, com peso de 150g!

Quis o destino que em 1988, aos 19 anos de idade, Viola substituísse o atacante Edmar na segunda partida da final do Corinthians contra o Guarani, pelo Campeonato Paulista, em Campinas, e marcasse o gol do título na prorrogação. E depois que saiu do anonimato caiu em desgraça com 105 dias sem balançar as redes. Por isso foi emprestado ao São José e Olímpia, equipes do interior paulista.

A volta triunfal ao time corintiano deu-se em 1993 como artilheiro do Paulistão com 20 gols, cada um comemorado com nova coreografia. A mais ousada delas foi documentada na primeira partida daquela final, na vitória sobre o Palmeiras por 1 a 0, quando imitou um porco chafurdando. O Palmeiras venceu o segundo confronto por 3 a 0 no tempo normal e 1 a 0 na prorrogação, resultado que deu-lhe o título.

Viola integrou o grupo de jogadores brasileiros tetracampeões na Copa do Mundo dos Estados Unidos em 1994, época que havia se transferido ao Valencia da Espanha. Destemido, topou o desafio de jogar no Palmeiras em 1995, apesar do alto índice de rejeição dos torcedores, e por motivos óbvios.

Gols e títulos do Paulistão e Copa do Brasil calaram os críticos. E tudo ia bem até 1999, já como atleta do Vasco, quando sagrou-se campeão do Torneio Rio-São Paulo. Depois a fonte secou. Santos, Gaziontepspar da Turquia, Flamengo, Juventus (SP), Guarani, Uberlândia, Duque de Caixas, Rezende (RJ) e Brusque (SC) quase não usufruíram de seus gols na carreira encerrada na metade da temporada de 2010.

Viola já havia se despedido do futebol profissional em 2009 para ingressar no showbol, quando agrediu o árbitro Nilton José Romeiro com uma cabeçada após contestar a marcação de uma falta, num jogo do Corinthians contra o Botafogo (RJ). Depois voltou ao profissionalismo.

Sua última aparição foi através do really show ‘A Fazenda’ da TV Record, quando foi eliminado com 76% de votos.

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