segunda-feira, 12 de abril de 2010

Mazinho, jogador funcional

Recentemente o ex-jogador Mazinho - tetracampeão brasileiro na Copa do Mundo de 1994 - foi notícia nas principais mídias do planeta por causa de seu filho Thiago Alcântara, tido como a maior revelação do Barcelona da Espanha. No velho mundo tem gente apostando todas as fichas no garoto, mas editores de sites e jornais ainda preferem destacar, nos títulos, que “filho de Mazinho encanta torcida”.
Só pra refrescar a memória, convém lembrar que Mazinho defendeu clubes do porte de Vasco, Palmeiras, Lecce e Fiorentina da Itália, Valência e Celta de Vigo da Espanha e Vitória da Bahia sem que fosse craque, no período de 1986 a 2002. Enquadrou-se no exato perfil dos jogadores funcionais, também imprescindíveis em qualquer clube e selecionado de seu país, recompensados com gordos contratos salariais.
Mazinho incorporou a cobrança de multiplicidade de funções para jogadores, sem que a alternância provocasse queda acentuada de rendimento. A transferência do Santa Cruz paraibano para o Vasco foi avalizada como jogador fixado na lateral-esquerda, em 1986. E consta dos anais do clube cruzmaltino que atuou na mesma função quando o time conquistou o título do Campeonato Brasileiro em 1989, após vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, em pleno Estádio do Morumbi. Sorato, de cabeça, marcou o gol do título, diante de um público de 71.552 pagantes. O campeões vascaínos, comandados pelo técnico Nelsinho Rosa, foram Acácio; Luís Carlos Winck, Quiñonez, Marco Aurélio e Mazinho; Zé do Carmo, Marco Antonio Boiadeiro e Bismark; Sorato, Bebeto e William.
Mazinho chegou ao Palmeiras em 1992 precedido de boas atuações como segundo volante e com histórico de quem já havia atuado na lateral-direita, quando compensou a falta de velocidade pelos bons cruzamentos e capacidade de fazer a jogada fluir pelo setor.
Na “meiúca”, local mais familiarizado, valia-se do tempo de bola para antecipação, diferenciando-se, portanto, dos brucutus focados em matar jogadas do adversário de forma viril. A vantagem de Mazinho é que, de posse de bola, sabia valorizá-la, acionando laterais e meias. Assim, o setor ganhava dinamismo e os homens de ataque eram sempre “alimentados”. Objetivo, aplicava drible apenas em casos estritamente indispensáveis, o suficiente para limpar a jogada.
A praticidade o levou à Copa do Mundo dos EUA, e terminou a trajetória como titular, ganhando a posição de Raí. No jogo do título, o Brasil empatou sem gols com a Itália - tempo normal e prorrogação - e venceu nos pênaltis por 3 a 2, ocasião em que o italiano Roberto Baggio mandou a bola na “lua” numa das cobrança. Naquele time brasileiro jogavam Taffarel; Jorginho, Aldair, Márcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho; Bebeto e Romário.
A experiência como treinador foi amarga, nos dez meses que comandou o Aris Thessalonik, da Grécia, com demissão. Iomar do Nascimento - nome de registro -, 43 anos de idade, tem escolinha de futebol em Vigo, onde está radicado.

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