segunda-feira, 8 de março de 2010

Kempes, astro argentino

Como já se respira clima de Copa do Mundo na África do Sul, é oportuno que se mergulhe nas histórias desse principal evento do futebol. E voltando-se ao ano de 1978, constata-se que o primeiro título mundial conquistado pela Argentina ainda é coberto de dúvida, principalmente pela classificação obtida à segunda fase da competição. Os platinos precisavam conquistar vitória por quatro gols de diferença sobre o Peru e foram além: golearam por 6 a 0, com falhas incríveis do goleiro Quiroga, coincidentemente um argentino naturalizado peruano.
Foi a última Copa com 16 participantes. Na primeira fase, a Argentina perdeu para a Itália por 1 a 0. A compensação foi ter vencido Hungria e França - ambos por 2 a 1 - o que resultou na classificação à segunda fase com a segunda vaga no grupo.
Restaram oito países na competição, divididos em dois grupos de quatro. Aí, o regulamento previa que os melhores de cada grupo decidissem o título e deu Argentina. Na 2ª fase, enquanto o Brasil empatou com os donos da casa sem gols e venceu Polônia e Peru, respectivamente por 3 a 1 e 3 a 0, os platinos passaram pela Polônia por 2 a 0 e aplicaram suspeita goleada por 6 a 0 nos peruanos.
Moral da história: mesmo eliminado da competição, o técnico do selecionado brasileiro, Cláudio Coutinho, alardeou que sua equipe havia sido campeã moral. Já os argentinos, revigorados com a robusta vantagem sobre o Peru, foram à finalíssima e venceram a Holanda por 3 a 1. Se no tempo normal foi registrado empate em 1 a 1, sobrou vitalidade na prorrogação com a marcação de mais dois gols.
O time base da Argentina, comandado por Cesar Luiz Menotti, foi de Fillol; Olguin, Galván, Passarela e Tarantini; Gallego, Ardiles e Luque; Kempes, Bertoni e Ortiz. Na explosão pela conquista do primeiro título mundial, os argentinos endeusaram o atacante Mário Kempes, responsável por seis gols de seu selecionado na competição. Foi o bastante para que se redimisse da participação discreta no selecionado da Argentina no Mundial de 1974, na Alemanha, quando não fez um gol sequer. E se dele muito se esperava na competição de 1982, na Espanha, ficou devendo novamente, sem marcar gols.
O grato torcedor argentino preferiu se mirar nas brilhantes atuações de Kempes na inédita conquista em seu país, e comprou centenas de bonecos em forma de miniatura de seu ídolo. O cabeludo unia velocidade e oportunismo. Por isso, agora como comentarista de futebol de televisão de seu país, tem opinião de peso e projeta a Espanha como favorita ao título na África do Sul, embora não descarte Brasil, Alemanha e Argentina.
Kempes ainda tem relação com o futebol espanhol. Ainda como atleta, atuou no Valência nos anos 70 e 80. Só parou de jogar em 1992 no Fernandez Vial, clube do Chile. Na Argentina, jogou no Córdoba, Rosário Central e River Plate.

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