segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Batista já esteve lá

Rodaram o mundo as imagens do comentarista de futebol Batista desmaiando ao vivo durante transmissão do jogo em que o Grêmio empatou em 1 a 1 com o São Luiz, neste dia 3 de fevereiro, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre. Mas quem é este João Batista da Silva que sofreu falta de ar na cabine da TvCom, canal pago da RBS TV do Rio Grande do Sul, devido ao calor de 37 graus?
Este Batista, que se recuperou rapidamente e comentou aquele jogo, conquistou três títulos do Campeonato Brasileiro e quatro do Gaúcho jogando pelo Inter (RS). Ele foi um volante de contenção que em 1981 se desentendeu com dirigentes colocados e foi jogar no arqui-rival Grêmio. Dois anos depois, transferiu-se para a Europa. Jogou na Lazio, Avelino - ambos da Itália - e Belenense de Portugal, até 1987. De volta ao Brasil, encerrou a carreira no Avaí (SC) em 1989.
No Inter, Batista, Jair e Escurinho eram reserva nas temporadas 1975/76, período do bicampeonato brasileiro. O time, comandado por Rubens Francisco Minelli, tinha forte pegada. O treinador optava por jogadores altos e de resistência muscular. Os titulares de 75 eram Manga; Cláudio Duarte, Figueiroa, Hermínio e Vacaria; Caçapava, Falcão e Paulo César Carpeggiani; Valdomiro, Flávio e Lula. Escurinho, uma espécie de 12º jogador, esquentava o banco de reservas até o início do 2º tempo, quando entrava e deixava a sua marca. Curioso é que o seu rendimento era bem inferior quando escalado desde o início das partidas.
Quando fixado no time do Inter em 1977, Batista transportou para o campo a raça exigida pela torcida. Assim, caiu no gosto do técnico Cláudio Coutinho - já falecido - da Seleção Brasileira, e foi titular absoluto nos sete jogos da equipe na Copa do Mundo de 1978, na Argentina, quando a suspeita goleada por 6 a 0 sofrida pelos peruanos para os donos da casa resultou na eliminação do Brasil. Aí, inconformado, Coutinho alardeou que seu time havia sido “campeão moral”.
Na primeira fase daquele Mundial, o Brasil estreou empatando com a Suécia em 1 a 1, em jogo marcado por uma curiosidade. No minuto final da partida, após cobrança de escanteio, Zico, de cabeça, marcou o gol que daria vitória aos brasileiros, mas o árbitro encerrou a partida quando a bola ainda estava no ar. Na sequência outro empate: 0 a 0 com a Espanha. Depois, uma vitória magra, por 1 a 0, sobre a Áustria. No quadrangular seguinte, vitórias sobre Peru e Polônia - ambos por 3 a 1 -, e empate sem gols com a Argentina. Aí o Brasil perdeu no critério saldo de gols.
Quatro anos depois, no Mundial da Espanha, com Telê Santana como técnico, Batista jogou só dez minutos, período em que sofreu entrada violenta do meia Maradona, que acabou expulso de campo na vitória brasileira sobre os argentinos por 3 a 1.

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