quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Jorginho, atleta de Cristo

Boleiros do segmento Atletas de Cristo passam por provações durante partidas. Pacientemente engolem seco provocações de adversários do tipo “você está pecando”, quando entram duro nas jogadas. Não bastasse isso, a Fifa os proibiu de usarem mensagens alusivas ao cristianismo em camisetas abaixo das camisas tradicionais em dias de jogos, há dois anos.
O ex-lateral-direito Jorginho, hoje auxiliar técnico do comandante Dunga na Seleção Brasileira, sempre perdoou os sarcásticos boleiros, mas ficou contrariado com tais proibições: “A Fifa pode tirar o nome de Jesus das camisetas, mas não do coração do atleta”. E uma das maneiras que adotava para propagar a palavra de Deus a companheiro do time adversário era presenteá-lo com uma Bíblia.
A conversão de Jorginho deu-se durante um culto, quando testemunhou a cura de um irmão alcoólatra. E o exemplo de lealdade em campo resultou no reconhecimento da Fifa com a premiação do troféu ‘fair-play’ em 1991, quando jogava no Bayer Leverkusen de Alemanha. Lá ficou de 1989 a 1992, e foi deslocado para o meio-de-campo. Posteriormente transferiu-se para o Bayem de Munique, onde ficou durante dois anos.
Naquele período criou a comunidade Evangélica Brasileira de Munique e cedia o porão de sua casa para a realização de cultos. Também estava no auge da carreira e foi recompensado com o tetracampeonato mundial da Seleção Brasileira, na Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994. A frustração foi ter se machucado na final contra a Itália, na vitória através das cobranças de pênaltis, quando cedeu o lugar para Cafu. Familiarizou-se com a Seleção ainda nos juniores, onde foi campeão Pan-Americano e Mundial. No selecionado principal, a partir de 1987, disputou duas Copas e foi titular absoluto até 1995.
Jorgino dificilmente errava passes. Entrava em diagonal e preferia o passe ao cruzamento. Também sabia defender e até fazia cobertura de zagueiros. A rigor, com 13 anos de idade, no treino peneira do América (RJ), disse que jogava na zaga, mas acabou deslocado à lateral-direita. Ali começava uma carreira com passagens por Flamengo, futebol alemão, Kashima Antlers do Japão, São Paulo, Vasco e Fluminense, onde encerrou a carreira em 2002.
Em 2005 iniciou a função de técnico, no América (RJ), e provocou polêmica ao sugerir mudança do mascote do clube, um diabinho, por uma águia. No ano seguinte, a convite de Dunga, passou a integrar a comissão técnica da Seleção Brasileira.
Jorge de Amorim Campos, carioca nascido no dia 17 de agosto de 1964, é diferenciado. Destina parte de seu salário e prêmios a instituições de caridade e estimula atletas ao mesmo procedimento. Em 1992 criou o Instituto “Bola pra Frente”, em Niterói, focado no esporte, educação e na qualificação profissional para garotos. Também foge da mesmice nas declarações. Em julho passado, defendeu aumento do número de substituições de jogadores nos jogos, com a justificativa de se evitar desgaste e melhorar o rendimento do atleta.

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