segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Futebol pernambucano em queda

De certo o finado Gentil Cardoso está se remoendo no túmulo com o futebol pernambucano em baixa. Como treinador, foi campeão no comando de Sport, Náutico e Santa Cruz nos anos 50, contrastando com o momento destas equipes. Se Náutico e Sport caminham a passos largos à Série B do Campeonato Brasileiro, o Santa Cruz patina na Série D.
O futebol pernambucano já envaideceu seus torcedores revelando ou projetando jogadores que se transformaram em ídolos nacionais. Que tal um time formado por Manga; Betão, Ricardo Rocha, Rildo e Marinho Chagas; Zequinha e Jorge Mendonça; Mário Tilico, Ademir de Menezes, Vavá e Rinaldo? Todos saíram de Recife antes da trajetória no eixo Rio-São Paulo. Por que a escalação no 4-2-4 e com Rildo, originalmente lateral-esquerdo, improvisado na quarta zaga? Deixa pra lá. O lema é quem te viu e quem te vê.
Manga foi campeão invicto e sem sofrer um gol sequer em 1954, no campeonato juvenil pernambucano pelo Sport. Depois jogou no Botafogo (RJ), Inter (RS) e Seleção Brasileira.
Quanto a Betão, se encantou no Sport no final de década de 80 - com chamada até a Seleção Brasileira - ficou devendo nas passagens por Santos, Inter (RS), Guarani e Portuguesa.
Eta Ricardo Rocha! Que baita zagueiro o Santa Cruz revelou para o mundo! O estilo clássico e a capacidade de desarme foram atestados por torcedores de Guarani e São Paulo, e na passagem pela Seleção Brasileira.
Rildo foi um lateral que se destacou na marcação no Sport, Botafogo (RJ), Santos e Seleção Brasileira, participando da Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra. Na sua época, laterais se adaptavam facilmente no miolo de zaga, justificando-se, portanto, a improvisação.
Marinho Chagas fez carreira como lateral-esquerdo contrariando o conceito básico da época de primeiro defender e só sair ao ataque na "boa". Esse potiguar preferia primeiro atacar. Foi assim no Riachuelo e ABC (RN), e com maior visibilidade no Náutico no biênio 1970-71. Depois jogou no Botafogo (RJ) e Seleção Brasileira.
Zequinha e Jorge Mendonça - já falecidos - foram ídolos de Sport e Náutico, respectivamente, antes de aportarem no Palmeiras. Zequinha tinha vitalidade física e um bom passe. Mendonça foi um meia talentoso também no Guarani entre 1980 a 1982.
Com a escalação de dois ponteiros, os indicados são Mário Tilico e Rinaldo, que atuaram na direita e esquerda respectivamente, no Náutico. O São Paulo apostou na velocidade de Tilico quando o contratou, enquanto o Palmeiras, a partir de 1964, contou com os gols de falta de Rinaldo, um exímio cobrador.
Outrora o futebol pernambucano contou com os goleadores Ademir de Menezes e Vavá - falecidos - com a camisa do Sport, e coincidentemente levados ao Vasco. Ademir, o Queixada, entrou para a história da Seleção Brasileira como o primeiro jogador a marcar gol no Estádio do Maracanã. E mais: foi o artilheiro do Brasil ma Copa do Mundo de 1950, com nove gols.

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