domingo, 27 de julho de 2025

Zagueiro Lugano, liderança no São Paulo e seleção uruguaia

O futebol tem certas particularidades de difícil explicação, uma delas quando da chegada do então zagueiro uruguaio Diego Lugano ao São Paulo em 2003, contratado pelo presidente da época, Marcelo Portugal Gouvêa, sem a aprovação do treinador Oswaldo de Oliveira. O atleta havia chegado ao clube com desconfiança, pois não era da Seleção Uruguaia e nem tinha se firmado como titular no Nacional daquele país.

Por 'birra' do comandante ou sabe-se lá por qual motivo, ele sequer foi relacionado até para a reserva em vários jogos. Naquela mesma temporada, com mudança no comando técnico, passou a ser escalado mais vezes, ocasião que o torcedor são-paulino foi se familiarizando com o estilo de jogo raçudo que mostrava a cada partida e soberano no jogo aéreo, com estatura de 1,88m de altura.

Assim, conquistou a titularidade até que o imprevisível ocorreu na temporada seguinte, quando solicitado para preencher documentos desacatou um agente no aeroporto de Guarulhos, e jogou o passaporte na direção dele, em atitude que resultou em detenção por policial federal e perda do voo que conduziu a delegação a Quito (EQU), no embarque para enfrentar a LDU, pela Libertadores.

Depois disso, retomou a rotina de regularidade nos jogos e liderança sob companheiros, recompensado com conquistas de três títulos em 2005: Paulistão, Libertadores e Mundial de Clubes, em ano que foi eleito o melhor zagueiro do Campeonato Brasileiro.

Na sequência atuou no exterior, começando por cinco temporadas no Fenerbahçe da Turquia. Teve passagens por Paris Saint-Germain, Málaga, West Bromwich e BK Hacken da Suécia, até que em 2015 aceitou proposta do Cerro Porteño, do Paraguai, mas no ano seguinte escolheu o São Paulo para encerramento da carreira, onde atuou por mais um ano, mantendo a características de raramente trocar de camisa com adversários ao final do jogo, alegando não se sentir confortável com tal ato.

Incontinenti, Diego Alfredo Lugano Moreno, nascido em Canelones (URU), que vai completar 45 anos de idade em novembro. aceitou convite do clube para o cargo de superintendente de relações institucionais, onde ficou até janeiro de 2021.

Ele participou da Seleção uruguaia entre 2003 e 2014, com 95 partidas e registro de ter atuado na Copa do Mundo de 2010, quando o seus país ficou em quarto lugar, além do título da Copa América de 2011.


terça-feira, 22 de julho de 2025

Adeus ao ex-zagueiro Wagner Basílio

No último dia 15 de julho morreu o zagueiro Wagner Basílio, vítima de insuficiência renal, doença que se arrastava há quatro anos, inclusive precisou fazer um transplante. Ele completaria 66 anos de idade em novembro, e certamente quem não acompanhou o futebol no final da década de 70 e anos 80 do século passado - a exemplo dos desavisados - deve perguntar: quem foi esse Wagner Basílio?

Pois bem, rebusquemos aquela final do Campeonato Brasileiro de 1986, entre São Paulo e Guarani, no Estádio Brinco de Ouro, em Campinas, no dia 25 de fevereiro de 1987. O título se encaminhava à equipe bugrina até os14 minutos do segundo tempo da prorrogação, com vitória por 3 a 2, quando Wagner Basílio, do São Paulo, arrancou com a bola de trás e deu um chutão em direção à área adversária.

Foi quando o meia Pita resvalou a cabeça na bola, justamente em direção do centroavante Careca, que acertou um 'sem pulo' indefensável, no ângulo superior esquerdo do goleiro Sérgio Neri, do Guarani. Assim, o empate por 3 a 3 obrigou a definição do título através de cobranças de pênalti.

Justo Careca, revelado nas categorias de base do Guarani! E não é que, naquele jogo, a última cobrança coube a Wagner Basílio, que a converteu e saiu para a comemoração. Todavia, ainda cabe ressaltar que foi ele quem cometeu pênalti claríssimo sobre o então ponteiro-esquerdo João Paulo, do Guarani, absurdamente não marcado pelo juiz José Assis Aragão. E aí: lembrou-se dele depois deste relato?

Pois saiba que ficou mais um ano no São Paulo, no título do Paulistão, mas o histórico de conquistas começou no Corinthians, no Paulistão das temporadas de 1979, 1982 e 1983, quando foi remanejado da função de volante a zagueiro, porém sem que se firmasse como titular, até porque não foi jogador clássico e nem aquele zagueirão que se impunha pela força física.

Wagner Basílio sabia se posicionar e tinha o tempo exato para cobertura de laterais. Ele ainda passou pelo Sport Recife, Bahia e encerrou a carreira em 1993 no Fortaleza, com registro, no início da trajetória, pela Seleção Brasileira campeã dos Jogos Pan-Americanos de 1979. Ele ainda foi coordenador técnico do Humaitá, na temporada 2018, assim como funcionário da Prefeitura Osasco, na Grande São Paulo, e auxiliar de Barbosa, ex-atacante do Palmeiras e do Santo André (SP), no comando técnico do ECO-Osasco.


 


domingo, 20 de julho de 2025

domingo, 6 de julho de 2025

Centroavante Fred o artilheiro dos 417 gols

 

Quando se desligou do cargo de diretor de planejamento esportivo do Fluminense, em agosto de 2024, o ex-centroavante Fred avisou que também se despediria das redes sociais. Todavia, a história dele de artilheiro jamais será esquecida. Afinal, os 19 anos de carreira, encerrada em 2022, justificada por problema de visão, foram valorizados com 417 gols.

Esse repertório, iniciado no América Mineiro em 2003, foi marcado por duas passagens no Cruzeiro e Fluminense, entremeadas no Lyon da França e Atlético Mineiro, esporadicamente marcadas por desentendimentos com dirigentes quando do desligamento de clube, além daquela áspera divergência com o então treinador Levir Culpi em 2016, no Fluminense.

Na ocasião, Fred cobrou o seu parceiro de clube Gustavo Scarpa de maneira ríspida, e por isso foi repreendido pelo então comandante, o que gerou discussão e ameaça do atleta de não mais jogar pelo clube. Assim, apesar da intervenção de dirigentes e ânimos aparentemente serenados, o atacante optou por troca de clube, seguindo para o Atlético Mineiro, só retornando ao Fluminense em 2020.

Fred foi marcado por personalidade forte. Em 2015, após receber proposta extremamente vantajosa de um clube chinês, decidiu recusá-la. Estava convicto que no Brasil continuaria acrescentando outras conquistas, no já recheado histórico até na Seleção Brasileira. Nela, o retrospecto foi de 39 jogos e 18 gols, entre 2005 e 2014, com participação em duas Copas do Mundo: 2006 e 2014, no Brasil.

Então, confiram os feitos de Frederico Chaves Guedes, mineiro de Teófilo Otoni, 1,85m de altura, que em outubro vai completar 42 anos de idade. Ele é o maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro no sistema de pontos corridos - desde 2003 - e o segundo maior artilheiro de todos os tempos da competição, desde 1971, com 158 gols, refletidos em três vezes como artilheiro máximo da competição: 2012, 2014 e 2016, um recorde compartilhado por Romário, Túlio e Dadá Maravilha, porém isolado se considerada apenas a era dos pontos corridos.

É o maior artilheiro da história da Copa do Brasil, com 37 gols, e o terceiro brasileiro com mais gols na disputa da Copa Libertadores, com 25 gols, ao lado de Palhinha. E justamente pela facilidade para enfrentar goleiros que o Lyon, da França, topou pagar 15 milhões de euros para contratá-lo em 2005, com contrato por quatro anos.