O futebol tem certas particularidades de difícil explicação, uma delas quando da chegada do então zagueiro uruguaio Diego Lugano ao São Paulo em 2003, contratado pelo presidente da época, Marcelo Portugal Gouvêa, sem a aprovação do treinador Oswaldo de Oliveira. O atleta havia chegado ao clube com desconfiança, pois não era da Seleção Uruguaia e nem tinha se firmado como titular no Nacional daquele país.
Por 'birra' do comandante ou sabe-se lá por qual motivo, ele sequer foi relacionado até para a reserva em vários jogos. Naquela mesma temporada, com mudança no comando técnico, passou a ser escalado mais vezes, ocasião que o torcedor são-paulino foi se familiarizando com o estilo de jogo raçudo que mostrava a cada partida e soberano no jogo aéreo, com estatura de 1,88m de altura.
Assim, conquistou a titularidade até que o imprevisível ocorreu na temporada seguinte, quando solicitado para preencher documentos desacatou um agente no aeroporto de Guarulhos, e jogou o passaporte na direção dele, em atitude que resultou em detenção por policial federal e perda do voo que conduziu a delegação a Quito (EQU), no embarque para enfrentar a LDU, pela Libertadores.
Depois disso, retomou a rotina de regularidade nos jogos e liderança sob companheiros, recompensado com conquistas de três títulos em 2005: Paulistão, Libertadores e Mundial de Clubes, em ano que foi eleito o melhor zagueiro do Campeonato Brasileiro.
Na sequência atuou no exterior, começando por cinco temporadas no Fenerbahçe da Turquia. Teve passagens por Paris Saint-Germain, Málaga, West Bromwich e BK Hacken da Suécia, até que em 2015 aceitou proposta do Cerro Porteño, do Paraguai, mas no ano seguinte escolheu o São Paulo para encerramento da carreira, onde atuou por mais um ano, mantendo a características de raramente trocar de camisa com adversários ao final do jogo, alegando não se sentir confortável com tal ato.
Incontinenti, Diego Alfredo Lugano Moreno, nascido em Canelones (URU), que vai completar 45 anos de idade em novembro. aceitou convite do clube para o cargo de superintendente de relações institucionais, onde ficou até janeiro de 2021.
Ele participou da Seleção uruguaia entre 2003 e 2014, com 95 partidas e registro de ter atuado na Copa do Mundo de 2010, quando o seus país ficou em quarto lugar, além do título da Copa América de 2011.