Embora a paradinha em cobranças de pênaltis seja proibida, os abusos são frequentes pelos tais cobradores, e com tolerância da arbitragem. E engana-se quem cita ter sido o saudoso 'rei' Pelé o inventor dela. Ainda nos tempos de Santos, no final da década de 50 do século passado, o ex-ponteiro-esquerdo Pepe conta como ela surgiu, através do então lateral-esquerdo Dalmo, falecido em fevereiro de 2015, aos 82 anos de idade.
Dalmo entrou para a história do alvinegro praiano como autor do gol de pênalti que deu vitória à sua equipe por 1 a 0 sobre o Milan da Itália, em 16 de novembro de 1963, na terceira e decisiva partida válida pelo Mundial Interclubes, no Estádio do Maracanã, após o clube italiano vencer por 4 a 2, em seus domínios, e perder pelo mesmo placar quando atuou no Rio de Janeiro, ocasião que o time santista era esse: Gylmar, Ismael, Mauro, Haroldo e Dalmo; Lima e Mengálvio; Dorval, Coutinho, Almir e Pepe.
Como Pelé desfalcou a sua equipe na terceira e decisiva partida, em decorrência de contusão, o treinador Lula - já falecido - deixou a incumbência de cobrança de pênalti para Dalmo e Pepe. “Um jogador aplicado como o Dalmo merece estar na história”, acrescentou o ponteiro-esquerdo, que diferentemente do lateral pegava forte na bola também em cobranças de pênaltis, com histórico de ter furado redes adversárias.
Dalmo começou a carreira no Guarani e se transferiu ao Santos em 1957, com estreia no dia 26 de outubro, na vitória sobre o Palmeiras por 4 a 3, no Estádio do Pacaembu. Pepe contou que Dalmo sempre foi titular, tendo atuado em todas as posições da defesa, até que fosse fixado na lateral-esquerda, a posição de origem. A despedida dele do Santos ocorreu em 1964. Incontinenti, voltou ao Guarani.
O final da carreira foi como zagueiro central do Paulista de Jundiaí, cidade em que nasceu e se aposentou como funcionário público. Depois, integrou a equipe de esportes da Rádio Cidade Jundiaí - AM 730, como comentarista, e só se distanciou da terrinha quando projetou que pudesse seguir a carreira de treinador, e um dos clubes que dirigiu foi o Catanduvense, mas, com percepção que não prosperaria na função, tratou de abandoná-la. Ele mesmo informou ter sido o primeiro jogador brasileiro a utilizar chuteira de borracha no País. O presente foi dado por Pelé em uma das excursões do Santos ao exterior.
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