A morte do ex-quarto-zagueiro Luiz Carlos Galber, neste sete de março, aos 77 anos de idade, devido à complicaões renais, traz reflexão sobre a década de 60, quando foi revelado pelo juvenil do Corinthians. Na ocasião, ele confessou se espelhar no central Djalma Dias, já falecido, e assim se destacou pelo estilo clássico, capacidade para fazer a bola sair 'redonda' de trás, assim como velocidade e colocação adequada ao desarme.
Foi um período marcado por boleiros descabeçados, mas Luiz Carlos já se diferenciava pelo uso adequado do dinheiro, tanto que no final da carreira em 1979 já era dono de uma pizzaria, e optou por administrá-la presenciamente, isso após seis meses de salários atrasados no Coritiba.
Em entrevista ao canal Museo da Pelada, no You Tube, ele revelou que no início daquela temporada não compareceu à reapresentação no elenco. Como consequência, recebeu ligação telefônica de um dirigente ameaçando-o multá-lo. Aí, a resposta foi curta e grossa: 'O senhor vai cobrar multa referente ao mês de junho ou de um dos meses subsequentes que o clube não me pagou?'
Ele chegou ao Corinthians como lateral-esquerdo, mas profissionalmente atuou como zagueiro, entre 1967 e 1973. Lá, aos 20 anos de idade, ficou marcado no jogo da quebra do tabu de 11 anos contra o Santos, quando anulou o saudoso 'rei' Pelé na vitória por 2 a 0, em 1968, gols de Flavio e Paulo Borges.
Em decorrência da regularidade, foi convocado algumas vezes à Seleção Brasileira, embora tenha atuado em apenas contra o Paraguai, em 1971. Por isso se irritou com a postura do saudoso treinador Zagallo que, segundo ele, restringia conversas apenas com jogadores titulares. Assim, a falta de oportunidades o incomodava, tanto que avisou a comissão técnica para que não fosse mais convocado.
A saída do Corinthians ocorreu após desentendimento com o então presidente Vicente Matheus. Na ocasião, o seu treinador Yustrich, que tinha bom relacionamento com dirigentes do Flamengo, contribuiu que lá fosse encaminhado, e assim incentivou o início de carreira do meia Zico.
Também passou pelo Operário de Campo Grande (MS) em 1977, quando o saudoso treinador Castilho conduziu o clube ao terceiro lugar do Brasileirão daquela temporada. Ele até topou volta ao futebol como treinador, no Barra Mansa (RJ) em 1991, mas a precária estrutura do clube o desestimulou.
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