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A morte do ex-quarto-zagueiro Alfredo Mostarda, no último dia 28 de março, aos 78 anos de idade, nos remete a hábito protocolar de clubes quando postam mensagens de lamentação e sentimentos aos familiares. Só que no assunto específico, a diretoria do Palmeiras não deu a mínima para bronca do lendário meia Ademir da Guia, em três de dezembro passado, quando a criticou duramente pelo abandono a ídolos do passado, em referência ao ex-companheiro, vítima de Alzheimer, e desamparado.
Embora o Ministério da Saúde tenha revelado que a doença não tem cura, que nada pode ser feito para barrar o avanço dela, Ademir da Guia se referia à falta de ajuda financeira do clube ao custo de caros medicamentos, visto que publicação da revista The Lancet Public Heal citou que jogadores de futebol têm mais probabilidades de desenvolver Alzheimer, devido ao frequente uso da cabeça.
O último estágio do paciente se caracteriza por dificuldade para falar, coordenar movimentos,, insônia, incontinência urinária, restrição ao leito, dor à deglutição e infecções intercorrentes. Da histórica segunda Academia Palmeirense, Alfredo Mostarda é o segundo a falecer. O primeiro foi o volante Dudu, ano passado.
Formado nas categorias de base do Palmeiras, ao se profissionalizar ele foi emprestado ao Cruzeiro, Marcílio Dias (SC) e Nacional (AM), até que, no retorno, foi reserva de Nelson, em 1971. Na sequência, ao assumir a titularidade, formou dupla de zaga com o igualmente lendário Luís Pereira, ocasião que colocou em prática o estilo técnico e foi premiado com a Bola de Prata da Revista Placar em 1973.
A boa fase rendeu-lhe espaço entre os convocados à Seleção Brasileira à Copa do Mundo do ano seguinte, onde atuou na disputa de 3º lugar contra a Polônia, em temporada que foi campeão do Troféu Ramón de Carranza, na Espanha, e campeão paulista em 1974, jamais imaginando que na sequência fosse perder espaços no clube com a chegada do então treinador Dino Sani.
Por isso, topou o empréstimo ao Coritiba, não imaginando que meses depois o comandante se transferisse para lá, ocasião que recusou-se trabalhar com ele, e o clube o repassou ao Santos. Em 1978, de volta ao Palmeiras, formou dupla de zaga com Beto Fuscão, naquele vice-campeonato brasileiro. E ainda jogou no América de Rio Preto (SP), Taubaté e Jorge Wilstermann, da Bolívia.