domingo, 2 de fevereiro de 2025

João Leite, goleiro, evangélico e político

Haja história a ser contada sobre João Leite da Silva Neto! Uma trajetória como goleiro recordista de jogos pelo Atlético Mineiro - 684 vezes -, com conquista de 11 títulos estaduais e uma Conmebol. No biênio 1981/82, passou pela Seleção Brasileira, quando foi comandada por Cláudio Coutinho e Telê Santana. Também jogou em Portugal no Vitória de Guimarães, Guarani e América Mineiro, época em que já era um evangélico assumido, da Igreja Batista, e, junto com o ex-centroavante Baltazar, fundou o ministério 'Atletas de Cristo' em 1979, onde esportistas se reuniam e participavam de eventos que ligam religião e esporte.

João Leite foi marcado pelo hábito de fazer entrega de uma Bíblia a atleta de equipe adversária, o que lhe rendeu o apelido de 'goleiro de Deus'. Coincidentemente, a carreira de 16 anos - que se estendeu de 1976 a 1992 - foi iniciada e finalizada no Atlético Mineiro. No primeiro ano, viveu a frustração pela perda do título do Brasileirão para o São Paulo, na definição através de cobranças de pênaltis, ocasião que, defender dois deles, não foram suficientes para ajudar a sua agremiação, num período que havia assumido a titularidade devido à lesão do argentino Miguel Ángel Ortiz.

Na passagem da base ao profissional do Atlético Mineiro, João Leite teve que se dedicar bastante nos treinamentos, para correções de defeitos. Era inseguro nas saídas da meta e sem coordenação com as pernas. No decorrer dos jogos, as suas atuações foram elogiada pela apurada colocação, reflexo e determinação para interceptar cruzamentos, ao explorar a estatura de 1,87m.

Mineiro de Belo Horizonte, ele completou 69 anos de idade em outubro passado. E quando parou de jogar, soube fazer uso do prestígio pessoal para ingressar na vida política de Minas Gerais, os primeiros dois anos como vereador, para, na sequência, se eleger deputado estadual por seis mandatos consecutivos, alternando as legendas do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e PSB (Partido Socialista Brasileiro), além de ter ocupado cargos em secretarias municipais.

Por três vezes disputou a Prefeitura de Belo Horizonte e, em duas delas, os eleitores o levaram ao segundo turno, porém perdeu as disputas para Célio de Castro e Alexandre Kalil, em 2000 e 2016, respectivamente. Em 2004, o candidato Fernando Pimentel ganhou a eleição no primeiro turno.

Nenhum comentário: