segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Gilberto Sorriso, lateral do São Paulo e Santos

Apelidos de jogadores eram vistos com naturalidade no século passado. Nos anos 60 e 70, os titulares da camisa seis são-paulina não se zangavam quando chamados de Tenente e Gilberto Sorriso, respectivamente. O diferencial técnico entre ambos se caracterizava pelo primeiro ter sido notabilizado pela forte marcação, enquanto o seu substituto já tinha atributos técnicos que permitiam avançar ao ataque, com a bola nos pés, pois, embora destro, sabia usar a perna esquerda.

O apelido 'sorriso' se casou com o comportamento sempre bem humarado dele, revelado nas categorias de base do São Paulo em 1968, mas assumiu a titularidade do profissional em 1970, ano da conquista de título paulista aguardado durante 13 anos, num time formado por Sérgio; Forlan, Jurandir, Dias e Gilberto (Tenente); Edson e Nenê; Paulo, Terto (Benê), Toninho Guerreiro e Paraná. O técnico era o saudoso Zezé Moreira.

Outra faixa de campeão foi repetida na temporada seguinte, mas ele marcou história singular no clube em 1974, quando atuou 73 partidas consecutivas, sem que fosse substituído ou expulso. Três anos depois foi jogar no Santos, e integrou um elenco renovado e batizado de 'Meninos da Vila', que conquistou o Campeonato Paulista de 1978. Lá também voltou a ser campeão em 1984, em equipe comandada pelo saudoso treinador Carlos Castilho.

Durante onze anos esteve vinculado ao Santos, porém saindo por empréstimo em curtos períodos para Goiás, Noroeste (SP), Santo André, e por fim a Portuguesa Santista. E quando parou, tornou-se gerente de futebol do Santos, cargo que ocupou durante três anos. Em 1990, ingressou na função de treinador das categorias de base do São Paulo, e participou da revelação do ponteiro-esquerdo Denílson. Também foi técnico do juvenil do Fortaleza.

Fora da bola, Gilberto Ferreira da Silva, o Gilberto Sorriso, paulistano de 72 anos de idade, passou susto em 2001, ao ser detido por engano, indiciado e processado, até desvendarem a ficha do verdadeiro criminoso, procurado por ter matado uma pessoa a golpes de macaco do veículo Opala. Todavia, inicialmente a acusação recaiu sobre o ex-atleta, pois a investigação policial foi confundida pelo perfil falso do criminoso, que se identificava como Gilberto Sorriso, e descobridor de talentos na região de Porto Feliz (SP). Assim, o verdadeiro Gilberto Sorriso provou a sua inocência.

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