domingo, 19 de fevereiro de 2023

Pires, o ex-volante que caiu no esquecimento

O futebol é tão caprichoso que são incontáveis os casos de atletas que se destacam nos clubes, até chegam à Seleção Brasileira, e quando penduram as chuteiras desaparecem do mapa, diferentemente de outros que seguem em comissões técnicas, empresariando no ramo, ou em veículos de comunicação com os seus 'pitacos'.

Pois José Sebastião Pires Neto, ou simplesmente o volante Pires, é um desses sumidos, recolhido à sua Sorocaba, cidade natal que abriu-lhe as portas no futebol, para jogar no São Bento em 1975, quando havia completado 19 anos de idade. A rigor, outrora esse clube foi revelador de atletas que transitaram em grandes centros. Os ex-zagueiros Marinho Peres e Luiz Pereira seguiram para Portuguesa e Palmeiras respectivamente, ambos entre as décadas de 60/70.

E foi Luizão quem indicou Pires para que o Palmeiras o contratasse, quando o volante atingia o segundo ano como profissional, em tempo de participar da conquista do título paulista, e em 1978 do vice-campeonato do Brasileirão, período que o clube montava equipes respeitáveis. Apoiado pelo então treinador Olegário Tolói de Oliveira, o lendário Dudu, Pires tinha fôlego de sobra, tanto que chegou ao São Bento como ponta-de-lança, para na sequência ser recuado.

Embora franzino, 1,68m de altura, ele desarmava as jogadas e simplificava no passe, Assim, a passagem no Palmeiras foi estendida até 1981, com histórico de 295 partidas e oito gols, enquanto no Rio de Janeiro foi esticada até 1985, inicialmente pelo America e depois Vasco, quando em 1984 foi premiado com a Bola de Prata da revista Placar, basicamente uma reedição de 1979, período vinculado ao Palmeiras.

A rigor, no clube cruzmaltino, um dos bons momentos foi a chegada à Seleção Brasileira, com registro de duas participações. Isso alternado a situações que lhe atrapalharam a carreira, como a fratura de tíbia e perônio, ao disputar bola com o paraguaio Romerito, do Fluminense, que lhe custou afastamento dos gramados durante um ano e seis dias.

E ao retornar aos jogos em 1985, não conseguiu repetir atuações convincentes. Assim, perdeu espaço na equipe e por isso aceitou transferência ao Bahia. Incontinenti, seguiu carreira em Portugal no Farense, Portimonense e Gil Vicente. Na volta ao Brasil, registrou passagens por São José (SP), Nacional (SP) e Anapolina (GO).

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