segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Adeus a Beto Fuscão, zagueiro do passado

Seis de dezembro passado marcou a morte do então zagueiro Beto Fuscão, aos 72 anos de idade, vítima de câncer no estômago. Dizem que os avanços da medicina têm provocado incontáveis curas de tumor maligno, mas na prática ele continua traiçoeiro e destrutivo.

Imaginem se cartolas e empresários de hoje, que policiam jogadores, admitiriam o apelido Fuscão para Rigoberto Costa, catarinense de Florianópolis? Por que do apelido? Há versões que teria sido em decorrência do 'traseiro' avantajado, assim como comparação a Luiz Pereira, chamado de 'Chevrolet', sem que ambos tivessem atuado juntos.

Seja como for, quem não o viu jogar, que não se deixe enganar por narrativas que tivesse sido craque, assim como jornalistas têm por hábito acrescentar virtudes quando a pessoa morre. Beto Fuscão tinha estilo clássico para desarmar jogadas e tranquilidade para limpá-las antes do passe. Precisam contar, também, que foi um zagueiro lento e batido no enfrentamento com atacantes velozes.

Discussões sobre qualidade técnica a parte, o certo é que após início de trajetória profissional no Figueirense (SC) em 1968, que se estendeu por três anos, ainda teve passagem pelo América (SC), antes de chegada ao Grêmio em 1973, no período de predominância do Inter no futebol gaúcho. Apesar disso, ainda foi eleito para a seleção da Bola de Prata em 1976, o que pesou para que o Palmeiras o contratasse na temporada seguinte, despedindo-se do clube num empate contra o Marília em 26 de outubro de 1980. Portanto, atuou em 207 partidas e marcou dois gols.

Desde 1976 passou a integrar a Seleção Brasileira, chamado pelo saudoso treinador Oswaldo Brandão, com participação em 15 jogos, alguns deles válidos às Eliminatórias da Copa do Mundo, e outros pela Taça do Atlântico, Copa Roca, Taça Oswaldo Cruz e Torneio Bicentenário dos EUA, todos em 1976.

Em 6 de outubro de 1976 disputou a Taça Geraldo Cleofas Dias Alves, em amistoso contra o Flamengo. Na ocasião, atuou ao lado de Carlos Alberto Torres, Marinho Peres, Clodoaldo, Rivelino, Jairzinho, Paulo César Cajú e Pelé,

Nos anos 80, quando as pernas já se mostravam nitidamente cansadas, iniciou a penosa trajetória de estrada da volta no futebol, com passagens por São José (RS), Araçatuba (SP), Uberaba (MG) e 1988 no Tiradentes do Distrito Federal, ocasião em que comemorou título.

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