segunda-feira, 13 de junho de 2022

Lê e os tempos que prevaleciam apelidos

Comumentemente se ouve dizer que o futebol mudou. E a transformação não se restringe à maneira desenfreada com que atleta corre, tornando o jogo mais tático de que técnico.

Abrange todos os aspectos, inclusive forma de identificação. Se hoje é praxe citá-lo através de nome composto, outrora os apelidos eram bem aceitos no meio, alguns, inclusive, através de monossílabos.

Alguns apelidos não tinham conexão com o nome. O que tem a ver Carlos Alberto Sabione Lemos Soares com 'Bô'? Pois ele atuou como zagueiro do Atlético Goianiense na década de 70, ficou marcado pelo estilo clássico quando predominavam becões, e morreu em 2008. Ele foi irmão do também zagueiro e hoje treinador Estevam Soares.

Entre os anos 60 e 70, o futebol produziu dois 'Dés'. O primeiro foi Ademar José Ribeiro, revelado pela Portuguesa Santista, que atingiu o auge da carreira na lateral-esquerda do Palmeiras. 'Dé' atuou num compartimento defensivo com Leão, Eurico, Luiz Pereira e Nelson. Depois jogou no São Paulo e morreu em 1992, aos 52 anos de idade.

Outro 'Dé', o Domingos Elias Alves Pedra, fez sucesso no Bangu identificado apenas pelo monossílabo, para posteriormente, já no Botafogo (RJ), ser chamado como Dé Aranha, um ponta-de-lança habilidoso que ainda jogou no Vasco e continua em evidência como analista de futebol na Rádio Tupi (RJ), aos 74 anos de idade, após desligamento da Rádio Globo em 2019.

Toda essa dissertação para desembocar no então meia-direita Ronaldo Francisco Lucato, conhecido como Lê, hoje aos 58 anos de idade, que da Inter de Limeira - sua cidade natal - participou daquela equipe campeã paulista de 1986, embora à época fosse opção para todas as posições de ataque e não havia prosperado entendimento para se transferir ao Santos. Assim, na temporada seguinte seguiu carreira no São Paulo, levado pelo então treinador Pepe, com atribuição de substituir Careca, que havia se transferido ao Nápoli, da Itália.

Na ocasião, a contratação de Lê envolveu cifras acima de um milhão, em período que a moeda vigente no país era o cruzado. E ele correspondeu pela facilidade de adaptação em quaisquer das posições do ataque, mesmo com estatura considerada baixa, de 1,70m de altura. Apesar disso, na sequência se transferiu para a Portuguesa até que o encerramento da carreira ocorreu no Inter (RS), aos 32 anos de idade, em 1990.

Nenhum comentário: