segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Diabetes, que matou Escurinho, continua sem cura

Quando da morte do atacante Escurinho, em 27 de setembro de 2011, aos 61 anos de idade, discutia-se se o diabetes que o aniquilou teria cura total a médio prazo. Nove anos se passaram, estudos realizados na Índia indicavam que a doença poderia ser combatida com moléculas encontradas na urina da vaca, mas por ora nada.

A perna direita de Escurinho, que lhe deu apoio extraordinário para magnífica impulsão nos cabeceios, havia sido amputada do joelho para baixo dois anos antes. Posteriormente foi a vez da perna esquerda igualmente cortada. Em ambos os casos a justificativa foi insuficiência renal e diabetes não controlados com tratamentos para regularizar o funcionamento vascular.

Hoje já não se admite apelido como o de Escurinho, registrado como Luiz Carlos Machado, até porque teria respaldo da lei contra o racismo em caso de denúncia. No caso dele, jamais censurou o apelido que ganhou aos sete anos de idade, em Porto Alegre, por ter sido negro. Seu negócio era jogar futebol, e a sua história começou a ser contada no Inter (RS) quando fez parte daquele elenco formado por jogadores altos e fortes na década de 70, comandados pelo técnico Rubens Francisco Minelli.

O time foi pentacampeão gaúcho de 1971 a 76 e bicampeão brasileiro em 75/76. Nele atuaram jogadores como o goleiro Manga, o zagueiro chileno Elias Figueiroa, lateral-esquerdo Vacarias, meio-campistas Batista, Caçapava, Falcão e Bráulio, e atacantes definidores como Valdomiro, Dario e Claudiomiro. Logo, não lhe sobrou lugar entre os titulares. Tinha a sina de entrar no segundo tempo e decidir jogos, invariavelmente com gols de cabeça.

Escurinho também jogou no Palmeiras e fez os costumeiros gols de cabeça no segundo tempo. E quando eles começaram a se rarear perdeu espaço no Verdão. Aí foi castigado com a tradicional estrada da volta no futebol, jogando no interior paulista na Inter de Limeira e Bragantino. A experiência no futebol equatoriano foi coroada com título, jogando no Barcelona de Guayaquil, em 1981. A carreira foi encerrada no Caxias do Rio Grande do Sul, em 1985.

Uma de suas últimas aparições na mídia foi em dezembro de 2009, ao compor o hino do centenário para o Internacional (RS), exibido em vídeo no site do jornal Zero Hora, de Porto Alegre. Na letra, enfatizou que “ganhamos tudo”, quando alardeou seu amor ao clube colorado.

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