sábado, 9 de fevereiro de 2019

Adeus ao goleiro Jairo, acusado por Vicente Matheus


 Se boleiros de grandes clubes têm gordas contas bancárias, qualificados planos de saúde, e rápidos diagnósticos em princípio de doenças, raros foram os jogadores do passado que ‘construíram’ carteira financeira para vida sólida após encerramento da carreira.

 O goleiro Jairo - marcado nas passagens por Corinthians e Coritiba - enfrentou o diagnóstico de câncer de rim já em estágio avançado, e mesmo com ajuda de antigos companheiros de clubes para bancar caríssimos medicamentos foi derrotado pela doença. Morreu no último seis de fevereiro, aos 72 anos de idade.

 Conforme literatura médica, são maiores as chances de cura de câncer de rim se diagnosticado precocemente. Assim, ficou a história de um goleiro com altos e baixos na carreira, principalmente na passagem pelo Corinthians, a partir de 1977, ano da quebra de jejum de títulos após 22 anos, naquela final paulista contra a Ponte Preta, quando o saudoso treinador Oswaldo Brandão procedeu revezamento de goleiros a cada partida, com Jairo atuando apenas na segunda, coincidentemente na derrota de virada por 2 a 1. Nos outros dois jogos o titular foi Tobias.

 Jairo do Nascimento, catarinense de Joinville (SC), 1,94m de altura, se firmou como titular do time corintiano em 1978, ocasião em que ficou 1.132 minutos sem sofrer gols, e se transformou no recordista nesse quesito no futebol brasileiro. À época, o time era formado por Jairo; Zé Maria, Mauro, Amaral e Wladimir; Caçapava, Basílio e Biro-Biro; Piter, Geraldão e Romeu.

 Apesar disso, persistia a desconfiança. Na temporada seguinte acabou emprestado ao Náutico (PE), e no retorno foi acusado publicamente pelo saudoso presidente Vicente Matheus de ter falhado no gol da derrota para o Coritiba por 1 a 0, e por causa da manifestação de solidariedade dos companheiros foi desligado do clube.

 Melhores momentos da carreira de Jairo foram no Coritiba, na primeira passagem pelo clube de quatro anos, a partir de 1972, quando entrou para a história como recordista de participação em jogos: 410. No título brasileiro de 1985 ele foi reserva de Rafael, e a carreira foi encerrada três depois no Atlético de Três Corações. Depois ele trabalhou em escolinha de futebol.

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