Se boleiros de grandes clubes têm gordas contas
bancárias, qualificados planos de saúde, e rápidos diagnósticos em princípio de
doenças, raros foram os jogadores do passado que ‘construíram’ carteira
financeira para vida sólida após encerramento da carreira.
O goleiro Jairo - marcado nas passagens por
Corinthians e Coritiba - enfrentou o diagnóstico de câncer de rim já em estágio
avançado, e mesmo com ajuda de antigos companheiros de clubes para bancar
caríssimos medicamentos foi derrotado pela doença. Morreu no último seis de
fevereiro, aos 72 anos de idade.
Conforme literatura médica, são maiores as
chances de cura de câncer de rim se diagnosticado precocemente. Assim, ficou a
história de um goleiro com altos e baixos na carreira, principalmente na
passagem pelo Corinthians, a partir de 1977, ano da quebra de jejum de títulos
após 22 anos, naquela final paulista contra a Ponte Preta, quando o saudoso
treinador Oswaldo Brandão procedeu revezamento de goleiros a cada partida, com
Jairo atuando apenas na segunda, coincidentemente na derrota de virada por 2 a
1. Nos outros dois jogos o titular foi Tobias.
Jairo do Nascimento, catarinense de Joinville
(SC), 1,94m de altura, se firmou como titular do time corintiano em 1978, ocasião
em que ficou 1.132 minutos sem sofrer gols, e se transformou no recordista
nesse quesito no futebol brasileiro. À época, o time era formado por Jairo; Zé
Maria, Mauro, Amaral e Wladimir; Caçapava, Basílio e Biro-Biro; Piter, Geraldão
e Romeu.
Apesar disso, persistia a desconfiança. Na
temporada seguinte acabou emprestado ao Náutico (PE), e no retorno foi acusado
publicamente pelo saudoso presidente Vicente Matheus de ter falhado no gol da
derrota para o Coritiba por 1 a 0, e por causa da manifestação de solidariedade
dos companheiros foi desligado do clube.
Melhores momentos da carreira de Jairo foram
no Coritiba, na primeira passagem pelo clube de quatro anos, a partir de 1972,
quando entrou para a história como recordista de participação em jogos: 410. No
título brasileiro de 1985 ele foi reserva de Rafael, e a carreira foi encerrada
três depois no Atlético de Três Corações. Depois ele trabalhou em escolinha de
futebol.
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