segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Kazu, recordista em longevidade no futebol


 Medicina esportiva indica que massa muscular é feita de proteínas, e à medida que as pessoas envelhecem a capacidade do organismo produzi-las diminui. Todavia, como toda regra tem exceção, pode-se dizer que nipônico atleta Kazu enquadra-se no conceito de raridade.

 Kazuyoshi Miura quebrou todos os recordes imagináveis sobre longevidade no futebol. Em fevereiro de 2017, ele entrou para a história da modalidade como o jogador profissional mais velho em atividade, ao superar o inglês Stanley Matthews, que atuou durante cinquenta anos e cinco dias.

 Stanley foi um ponteiro-direito que integrou o selecionado britânico em 54 jogos, com retrospecto de onze gols. Em 1956, aos 41 anos de idade, participou de partida amistosa contra o Brasil, ocasião em que o saudoso lateral-esquerdo brasileiro Nilton Santos errou na previsão de que não teria dificuldade para marcá-lo, e penou. Stanley morreu em 2000.

 Mais dois recordes foram quebrados por Kazu: atleta mais velho a marcar gol, quando já havia completado 51 anos de idade. Foi em março de 2018, pelo Yokohama, no empate por 1 a 1 com V-Veren Nagasaki. Seis anos antes, aos 45 anos de idade, liberado pelo seu clube para disputar o Mundial de Futsal na Tailândia, superou o japonês Satoru Noda - 44 anos - em longevidade na competição.

 Como o futebol não havia se difundido no Japão em 1982, Kazu veio ao Brasil e participou na base do Juventus. Profissionalizado, rodou por clubes brasileiros como Santos, Palmeiras, XV de Jaú e Coritiba - entre outros -, tido como primeiro jogador japonês a marcar gol no futebol brasileiro.

 Kazu retornou ao Japão em 1990, quando o mercado futebolístico daquele país ficou aquecido com chegada de atletas e treinadores estrangeiros, o principal deles o meia Zico. E durante tentativas do Japão em se classificar à Copa do Mundo - o que ocorreu apenas em 1998 - ele foi protagonista com jogadas de habilidade, velocidade e gols, que o colocaram como maior artilheiro do selecionado com 56 gols em 91 partidas. Ele ainda jogou no Genoa da Itália e Dínamo Zagred da Croácia. Agora ele dá palestra e é comentarista de televisão.

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