A história do zagueiro central Antonio Carlos
Zago, 45 anos de idade, é marcada por títulos nos quatro grandes clubes do
futebol paulista, 37 partidas pela Seleção Brasileira sem ter disputado uma
Copa do Mundo, e por em encrencas nos clubes que passou, a mais grave a
acusação de racismo quando atuava no Juventude em 2006.
Num jogo contra o Grêmio, no Estádio Alfredo
Jaconi, em Caxias do Sul, ele praticou o citado crime contra o volante
Jeovanio. A rigor, na carreira dele já havia sido registrada cusparada no
argentino Simeone - então jogador da Lazio -, em confronto com a Roma do
zagueiro. “O Simeone era muito chato. Ficava me provocando, passando a mão na
minha bunda e aí perdi a cabeça, fui expulso e suspenso por quatro jogos”,
contou o brasileiro, que jogava no futebol italiano com zagueiro Aldair, volante
Emerson e lateral-direito Cafu. Pela indisciplina a pena de suspensão foi
estendida para 120 dias.
O destempero emocional de Antonio Carlos
implicou em atrito com o atacante Edmundo nos tempos de Palmeiras em 1994,
quando ambos saíram no tapa, segundo revelação da imprensa na época. Um dos
motivos é que o zagueiro defendia escala proporcional nos valores de bichos entre
titulares e reservas.
Foi o ano em que o Palmeiras sagrou-se
bicampeão brasileiro, provando que elenco qualificado - embora rachado - atinge
os seus objetivos. E aquele time, comandado pelo treinador Vanderlei
Luxemburgo, era formado por Veloso; Cláudio, Antonio Carlos, Cléber e Roberto
Carlos; César Sampaio, Mazinho, Flávio Conceição e Rivaldo; Edmundo e Evair.
Antonio Carlos começou a escrever a sua
história no futebol paulista no São Paulo. Sob o comando do saudoso treinador
Telê Santana conquistou em 1991 o título brasileiro, já no segundo ano como
titular. Foi numa final com goleada sobre o Corinthians por 3 a 0 na primeira partida -
três gols de Raí -, com público de 106.142 pagantes. Na segunda partida foi
registrado empate sem gols. Eis o time são-paulino: Zetti; Cafu, Antonio
Carlos, Ronaldão e Nelsinho; Sidnei, Suélio e Raí; Macedo, Muller e Elivélton.
No Corinthians, durante o biênio 1997-98, Antonio
Carlos ratificou o futebol de raça e sobretudo de técnica para desarmar o
adversário antecipando-o na jogada. Assim, conquistou o título brasileiro no
segundo ano de clube, num time formado por Ronaldo; Fábio Augusto, Antonio
Carlos, Henrique e André; Romeu, Gilmar Fubá, Souza e Marcelinho Carioca;
Mirandinha e Donizete.
O gostinho de título brasileiro se completou
em 2004 no Santos, outra vez com Luxemburgo no comando, só que desta vez sem
que fosse titular absoluto. E após passagem pelo Juventude o zagueiro encerrou a
carreira no Santos em 2007, iniciando, incontinenti, funções de treinador e
gerente de futebol. Hoje ele está no futebol da Ucrânia.