Quão salutar é reverenciar ídolos do passado que nem passam mais pela sua memória da maioria! De certo aqueles que não são corintianos e flamenguistas sequer recordam da fisionomia do centroavante Liedson, cujo prenome raramente é registrado em cartórios de nascimento. Pois o personagem em questão foi um talentoso atleta daquele Corinthians do treinador Tite, campeão brasileiro em 2011, na segunda passagem pelo clube, quando herdou a camisa nove de Ronaldo Fenômeno, artilheiro da competição com 12 gols.
Na temporada seguinte, foi partícipe da conquista invicta da Libertadores, quando se destacava pela velocidade, agilidade, boa impulsão - apesar da estatura de 1,76m de altura -, e exímia capacidade de finalização, com carreira marcada como goleador por onde passou, mas não esteve presente nos dois jogos da finalíssima contra o Boca Junior, com empate por 1 a 1 na Argentina e vitória por 2 a 0 no Estádio do Pacaembu, dois gols de Emerson Sheik.
Quando descoberto no futebol amador de sua cidade natal Cairu, na Bahia, aos 21 anos de idade, Liedson da Silva Muniz era ajudante de pintor e pedreiro. No triênio a partir de 1997 atuou pelo Poções, e continuou a trajetória no Prudentópolis (PR) e Coritiba, até a chegada ao Flamengo em 2002, com marca com 14 gols em 24 jogos na campanha do Brasileirão.
Dali, registro para curta passagem pelo Corinthians e a primeira experiência internacional no Sporting (POR), onde ficou durante sete anos, conquistou títulos e, em 2009, após obter a cidadania portuguesa, foi convocado para defender o selecionado daquele país, com histórico de 15 partidas e quatro gols, um deles na goleada por 7 a 0 sobre a Coreia do Norte, na Copa do Mundo de 2010. Incontinente, no retorno ao Corinthians, continuou se destacando e assim atraiu interesse do Porto (POR), onde fez opção para encerramento da carreira em 2013, sendo que em dezembro passado ele completou 47 anos de idade.
Para não se desligar totalmente do futebol, a opção dele foi montar uma escolinha da modalidade na cidade de Valença, no litoral da Bahia, local que o deixou abalado em 2017, após ter se envolvido em um acidente que deixou uma mulher morta na BA-887, a condutora de um veículo Ford Ka, que colidiu na BMW dele, que não sofreu grandes danos, assim como ele e a esposa - que o acompanhava - sofreram ferimentos leves.