domingo, 26 de maio de 2024

Custou para avaliarem a eficiência do zagueiro Paulo André





De repente, olhos de homens que integram infantis e juvenis de clubes falham e eles deixam escapar atletas que posteriormente fazem sucesso em outras agremiações. Exemplo de equivoco foi nas categorias de base do São Paulo, pois durante os três anos do zagueiros Paulo André pelo clube, a partir de 1998, não detectaram que o atleta iria vingar no futebol.

Aí, após passar pelo Vasco e retornar a Campinas - sua cidade natal -, o Guarani o acolheu no biênio 2003/04, ocasião que mostrou o quão enganados estavam aqueles que o avaliaram, pois o Athletico Paranaense tratou de contratá-lo e foi compensado, pois, de imediato, foi cotado como um dos cinco melhores zagueiros do País, com o prêmio Bola de Prata da Revista Placar.

O Furacão foi favorecido pela capacidade dele no desarme, estilo clássico e fazer uns golzinhos. Logo, o repassou ao Le Mans da França, onde ele ficou durante o triênio a partir de 2006, em período marcado por grave lesão no tendão, o que o limitou atuar apenas 43 vezes, com histórico de cinco gols.

No Corinthians de 2009 a 2014, ele conquistou Libertadores e Mundial de Clubes de 2012, sendo que no ano anterior voltou a receber o troféu Bola de Prata da Revista Placar. E assim a carreira prosseguiu até 2019, com passagens pelo Shanghaï Shenhua da China, Cruzeiro, e reservou os três últimos anos novamente no Athletico Paranaense. Foi quando, em 2018, ficou marcado por posicionamento político alinhado contra o segmento de direita e principalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele também criou o instituto que leva o seu nome, com atuação nas áreas de esporte e cultura, para contemplar crianças e jovens, com sede em Campinas, cidade que defende daqueles que fazem piada contra ela. Adepto de leitura e culto, lançou o livro 'O Jogo da Minha Vida', que conta histórias e reflexões de um atleta.

Após o encerramento da carreira, Paulo André Cren Benini, 40 anos de idade, foi diretor de clubes como Athletico Paranaense, Real Valladolid da Espanha e Cruzeiro. Ele confessou que na adolescência praticou tênis, foi terceiro do ranking paulista e treinou até com nomes como Flávio Saretta e Ricardo Mello. Também confessou que poderia ser mais bem-sucedido na modalidade comparativamente ao futebol, mas reclamou da falta de incentivo financeiro para continuar na modalidade.


domingo, 19 de maio de 2024

Adeus ao melhor narrador esportivo de televisão

A morte do narrador de futebol Sílvio Luiz, que integrava a equipe de transmissão da TV Record, por canal digital, no último 16 de maio, ganhou grande repercussão, o que mostra o prestígio mantido após décadas de atuação em veículos de comunicação. Ele tinha 89 anos e havia sofrido mal-estar quando narrava a final do Paulistão entre Palmeiras e Santos.

O grande legado dele foi desconsiderado pelas gerações que narradores que passaram a atuar no meio: não brigar com as imagens e jamais subestimar aquilo que o telespectador vê quando a bola rola. Se o lance terminava com tiro de meta, pra que fazer uso da fala sobre aquilo que todos viram?

Se o futebol é divertimento, Sílvio Luiz usava o bom humor caracterizado em seus incontáveis bordões. Como recomenda o figurino, caracterizava as narrações identificando o atleta de posse de bola, colocava empolgação em lances fatais, sem que fosse necessário o característico grito de gol de narradores. Por ter atuado como árbitro, na década de 60, destrinchava como poucos dúvidas em lances das regras e interpretativos.

Nos anos 80, Sílvio Luiz estava no auge como locutor esportivo de televisão, mas a TV Record estava excluída das transmissões dos jogos da Copa do Mundo na Espanha, em 1982, porque a TV Globo havia comprado com exclusividade os direitos da transmissão do evento. Foi aí que o criativo Sílvio Luiz desafiou a concorrente direta e, juntamente com a direção do grupo Record, idealizou usar o rádio da emissora para transmissão dos jogos no mesmo formato da televisão, porém propagando ao público desportista que usasse imagens da TV e som da Rádio Record.

Foi o período que ele criou o programa 'Clube dos Artistas' na TV Record, exibido às terças-feiras, com duas horas de duração. À época, cada integrante da equipe esportiva da emissora só participava da programação desde que trouxesse um convidado, independentemente que fosse dos meios do futebol. E ali as entrevistas transcorriam em clima de descontração, com posse transitória do troféu cavalinho ao membro da equipe que fizesse pergunta desconexa ou falasse alguma bobagem. E o repasse do troféu era feito sintomaticamente quando alguém 'pisava na bola'.

Sílvio Luiz parte para outro planeta e deixa um histórico, além de narrador, de ator, produtor, diretor e árbitro de futebol.


 


domingo, 12 de maio de 2024

Adeus ao argentino Cesar Luis Menotti

A morte do ex-atleta e treinador argentino Cesar Luis Menotti, dia cinco de maio passado, remete à polêmica frase citada por ele entre os anos 70 e 80 do século passado, quando se referia que 'o drible é dispensável enquanto o atleta não atinge a linha intermediária do campo adversário'.

Uma frase com esse teor, se proferida hoje, teria lógica, até porque o futebol já não produz em quantidade zagueiros capazes de se desvencilharem de adversários sem risco de perda da bola, diferentemente de décadas passadas quando defensores tinham habilidade, destemor e exibiam categoria, como os saudosos Djalma Dias, Mauro Ramos de Oliveira e Luiz Pereira, entre outros.

Nos tempos de atleta, nos anos 60, Menotti passou pelo futebol brasileiro por Santos e Juventus, além de clubes argentinos como Rosário, Racing, Boca Juniors e o extinto New York Generals. Após experiência como auxiliar técnico do Newell's Old Boys, em 1970, decolou como comandante no Huracán, ao conquistar o título do Torneio Metropolitano. Logo, as portas se abrilharam para ingresso na seleção Argentina em 1974.

Aí, na Copa do Mundo de 1978, sediada em seu país, e sem contar com um selecionado tão qualificado como Holanda e Alemanha Ocidental, Menotti conseguiu levá-lo à conquista do primeiro título daquela competição, ocasião que o goleiro Ubaldo Fillol, zagueiro Daniel Passarella, meia Osvaldo Ardiles e o artilheiro Mario Kempes ficaram em evidência, em período que prevalecia no país a ditadura militar.

Aquele selecionado argentino ganhou visibilidade por praticar futebol essencialmente ofensivo, e aquela ousadia de Menotti gerou recompensa, com contratos assinados em clubes europeus como Barcelona, Atlético de Madrid e Sampdoria.

Todavia, ainda no comando da seleção Argentina em 1982, na Copa da Espanha, o seu grupo de jogadores foi eliminado na segunda fase. E ele também ficou marcado por publicações, com em 1978, ao lançar 'Cómo gané el mundial', explicando os métodos utilizados para separar os jogadores da euforia do país de receber uma Copa. Dois anos depois, publicou o livro 'Fútbol - Juego, deporte y profesión', repetindo o que havia feito.

Em março passado, diagnosticado com anemia, foi internado, participou dos devidos tratamentos, e havia sido liberado em abril, mas, devido à recaída, não resistiu, aos 85 anos de idade.

domingo, 5 de maio de 2024

Macedo, exemplo de atleta que joga fora a fortuna recebida

São incontáveis os casos de ex-atletas de futebol que juntaram fortunas, mas sem controle nos gastos perderam quase tudo. O personagem Macedo, ex-atacante veloz e homem gol, é um exemplo confesso de como o desperdício do dinheiro com maus negócios e gastança com carrões, bebidas, baladas e com mulherada resulta.

Após o encerramento da carreira no União de Mogi em 2009, na volta à cidade natal de Americana (SP), local onde iniciou a carreira profissional no Rio Branco, a conta bancária estava quase zerada, e precisou até contar com a 'graninha' proposta por clubes amadores - que girava entre R$ 100 a R$ 300 -, na disputa de jogos varzeanos, para ajudar no sustento.

Nos tempos dourados de São Paulo, no biênio a partir de 1991, conquistou o Paulistão, Libertadores, Mundial de Clubes e Brasileirão. Por sinal, na partida de volta da final da Libertadores de 1992, contra o Newell's Old Boys, entrou no segundo tempo e sofreu pênalti convertido por Raí. O resultado de 1 a 0 levou a decisão aos pênaltis, e o São Paulo conquistou o título.

À época, eis o time são-paulino: Zetti; Cafu, Antonio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adílson, Pintado e Raí; Muller, Palhinha e Elivelton. Foi o período que chegou à Seleção Brasileira e ignorou conselhos do saudoso treinador Telê Santana para investir em imóveis e projetar o futuro. Incontinenti, ao ser emprestado ao Cádiz, da Espanha, não se adaptou ao país e forçou o retorno ao Brasil, com consequente repasse ao Cruzeiro, ocasião que vivenciou caso inesquecível e de imprudência, ao emprestar o seu carro para então juvenil Ronaldo Fenômeno, que o colidiu com outro veículo e sem dinheiro para ressarci-lo do prejuízo.

De Belo Horizonte e foi jogar no Santos, com participação na campanha do vice-campeonato Brasileiro de 1995. E trocas de clubes foram se sucedendo, como Grêmio, onde conquistou o Gauchão e Copa Sul em 1999. Depois passou por Ponte Preta, outra vez Rio Branco, Fortaleza e Joinville, até enfileirar agremiações de menor expressão como Taubaté, Atlético Sorocaba, Comercial de Ribeirão Preto, Itabaiana, Operário e União Mogi em 2009.

Das inúmeras histórias curiosas ao longo da carreira, Natanael dos Santos Macedo, 54 anos de idade, conta que ao chegar a treino do São Paulo, com apliques no cabelo, no estilo rastafári, Telê exigiu que desfizesse o penteado.