domingo, 9 de junho de 2024

Aílton Lira, história de um exímio cobrador de faltas

Sabe aquele lance de falta nas proximidades da área adversária, quando locutores de futebol diziam que 'dali é meio gol'? Alguns o repetem hoje ignorando que o bordão tinha validade décadas passadas, marcadas por exímios cobradores. Hoje, esses lances foram banalizados, pois o atleta sequer se constrange em colocar a bola bem longe do alvo, ou bloqueada pela barreira.

Três motivos explicam o desperdício dos tais lances: já não se tem cobradores com a especialidade do ex-meia Ailton Lira; atletas já não se interessam para estender o período normal de treinamentos, a fim de se especializarem no quesito; e paradoxalmente os tais fisiologistas proíbem terminantemente esse exercício de aperfeiçoamento que, outrora, se estendia até o anoitecer.

Há quem cite o discutível argumento dos fisiologistas de o atleta forçar a musculatura com a repetição das cobranças, e isso provocar lesões. Ainda bem que nos tempos de atleta de Aílton Lira havia incentivo de treinadores para o aprimoramento das cobranças de faltas, que faziam uso das barreiras móveis de madeira, na busca da perfeição em cobrança.

Com isso, Ailton Lira juntava à dádiva natural de bater na bola à persistência nos exercícios, para marcar a carreira com gols mais em cobranças de faltas do que situações naturais. E a história dele no futebol começou quando o saudoso treinador Zé Duarte o descobriu no futebol amador de Araras e o trouxe ao juvenil da Ponte Preta em 1966. Todavia, após a profissionalização, o espaço foi encurtado na equipe principal, porque a concorrência era com ninguém menos que o mestre Dicá. Assim, só pôde ser fixado com a saída do titular na metade de 1972, transferido em definitivo à Portuguesa, após rápido empréstimo ao Santos.

Quis o destino que o mesmo Zé Duarte, o ingressar no Santos em 1976, o levasse ao clube num time formado por Wilson Quiqueto; Tuca, Vicente, Bianchi e Fernando; Carlos Roberto e Ailton Lira; Manoel Maria, Tata e Toizinho e Edu. Daí, transferiu-se ao São Paulo em 1980, onde ficou por dois anos, transferindo-se ao Al Nasser, da Arábia Saudita.

No regresso ao Brasil em 1982, passou por Guarani, União São João de Araras, Comercial (SP), Portuguesa Santista e Itumbiara (GO). Depois, ainda tentou ser treinador em categorias de base e, em seguida, algumas passagens em equipes profissionais, porém sem prosperar. 




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